Após ter lido a segunda obra de ficção do escritor suíço Joël Dicker", regressei a este autor com o seu primeiro romance publicado "O último dia dos nossos pais" com a qual ganhou o prémio Escritores de Genebra de 2010, este é um livro que se distingue de todos os outros que ele desde então saíram, pois não é um livro policial nem uma obra de suspense apesar de incluído no género de espionagem.
Após a invasão alemã de França, no início da II Grande Guerra, o jovem de 21 anos parisiense, órfão de mãe e extremamente ligado ao pai, decide ir para Inglaterra para lutar contra o invasor. Em Londres é selecionado para integrar uma rede de espionagem na sua pátria a exercer em território ocupado. Acompanhamos a sua formação intensa com cerca de duas dezenas de pessoas, só uma é mulher, o que dura vários meses de exercícios duros com grande desenvolvimento de amizade e espírito de grupo, apesar de alguns irem sendo eliminados, os finalistas tornaram-se numa família coesa embora com gente diferente, Paul e Laura apaixonam-se, mas o respeito na equipa é total. Estes espiões são enviados para o terreno com tarefas específicas e separados uns dos outros, pontualmente cruzam-se mas o segredo das ações de cada um é fundamental para a segurança. Todos são ricos de sentimentos e o amor do casal ou a carência deste noutros está presente, mas o mais forte é o amor filial de Pal, o que o leva a uma medida drástica e de risco que depois será conhecida pelos colegas que nunca deixarão que um colega perca a honra de herói e até um alemão inimigo deixa-se cativar por aquele filho.
Apesar da escrita deste romance não se pautar pela criatividade e riqueza de figuras de estilo literário, o texto é todo ele de uma grande elegância e atravessado pela amizade, amor fraterno, filial e romântico, o que lhe confere uma grande beleza e mesmo quando a narrativa é de tensão e tragédia nunca perde o tom e postura calma, o que é uma raridade em obras de espionagem em ambiente de guerra e talvez este seja o melhor trunfo deste livro, pois a dor é coberta de ternura que se estende ao inimigo. Um romance diferente que gostei e fácil de ler.
eu tenho visto esse livro por aqui. preciso ir atrás. beijos, pedrita
ResponderEliminarOi boa noite Carlos. Tudo bem? Sou brasileiro, carioca e quero apresentar o meu Blogger. Novos amigos são bem vindos, não importa a distância. Gostaria de lhe convidar a seguir o meu Blogger. Sou o seguidor número 115.
ResponderEliminarhttps://viagenspelobrasilerio.blogspot.com/?m=1
Gostou mais deste ou do "A verdade sobre o caso Harry Quebert"?
ResponderEliminarPedrita
ResponderEliminarPenso que esta obra não caracteriza o escritor popular em que se tornou, mas este talvez literariamente seja mais rico que os seguintes.
Joaquim
São obras completamente distintas no género: para nos alhearmos e mergulharmos num enredo com suspense, o livro de Harry Quebert é bem mais empolgante. Como romance, apesar de a escrita não ser muito superior, a narrativa deste últimos dias é muito mais original e as suas personagens são muito mais ricas e o conjunto parece-me qualitativamente bem melhor, além da trama não andar a enrolar para dar um número excessivo de páginas, comercialmente talvez menos cativante e por isso o autor seguiu optou pelos thrillers.
Olá Carlos. Gostei da resenha.
ResponderEliminarComprei um ebook desse autor há algum tempo. Qualquer dia leio.
Não sei qual comprou, sei que todos os outros são thrillers policiais, embora Os Baltimores seja mais uma guerra dentro da família do protagonista do caso Quebert.
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