O romance "A Verdadeira vida de Sebastian Knight" foi o primeiro livro deste famoso escritor e crítico literário russo: Vladimir Nabokov, que se exilou nos Estados Unidos após a revolução bolchevique, sendo este o primeiro livro que escreveu originalmente em inglês, idioma que adotou em definitivo para a sua obra posterior.
Sebastian Knight (SK) é um escritor de qualidade, de origem russa e radicado nesta cultura, mas depois naturalizado inglês pela origem materna e cuja língua seleciona para a sua escrita morre ainda jovem, então o seu meio-irmão do lado paterno, decide conhecer e fazer um livro sobre a sua vida, tendo em conta uma biografia publicada na qual ele deteta grandes discrepância face ao que conhece dele apesar de distante nos últimos anos.
Assim, inicia-se o relato da investigação sobre SK desde o seu afastamento, com as suas paixões, viagens e estilos de vida, tendo como fonte o conteúdo da sua obra, cujos enredos e estilo se vai expondo, e também fruto das memórias do irmão e de colegas, amigos e amantes que partilharam os anos da sua carreira na Inglaterra. Num jogo de espelhos entre o próprio Nabokov e SK, a obra evidencia o esforço perfecionista do escritor narrado e a busca de perfeição do real autor do livro, inclusive os paralelismos das dificuldades de alguém criado numa língua que quer ser perfeito noutra adotada, Vamos conhecendo personagens da bibliografia ficcionada de SK, as suas estórias, enquanto as fontes após uma aproximação que evidencia que se vai descobrir algo de importante sobre o falecido, depois, por um falso pudor intencional, não nos é revelado, deixando um conjunto de questões sobre quem foi de facto Sebastian Knight.
Nabokov é de facto um escritor dotado de uma magnífica escrita e busca a perfeição plena na construção do texto. No romance disserta sobre este objetivo e vês que quis edificar uma obra de arte literária e neste encontro entre a perfeição da escrita, da narração e da estrutura do romance edifica uma obra que é isso mesmo e quase se esgota neste domínio. A beleza está quase em exclusivo na forma, anulando-se na comunicação de ideias ou de outras questões para além do abstrato da arte de escrever. Gostei e para quem aprecia análise literária é uma pérola ficcionada no género.
ah, esse não li. e q capa maravilhosa. fiquei com vontade de ler. beijos, pedrita
ResponderEliminarFoi-me recomendado por um amigo do fcbk de Minas Gerais com quem falamos muito de livros e sabendo da minha recusa de Lolita, dizia que este era um dos melhores do autor e para o compreender... e penso que foi um bom conselho.
ResponderEliminarSim, a capa é bonita... felizmente há muitos livros por cá com lindas capas.
Carlos,
ResponderEliminarRecusando-se a ler Lolita (nunca li o Sebastian Knight, porém), recomendo os seguintes de Nabokov: Mary, o seu primeiro de todos (escrito, portanto, em russo, e traduzido se não pelo próprio, pelo filho... toda a história de dedicação da família é muito bonita); Pale Fire (uma técnica narrativa única, uma história absurda); Pnin; ou Bend Sinister. Creio que Pnin terá bastante do próprio Nabokov, também. Li todos estes em inglês, pelo que não sei qual a sua disponibilidade em português, infelizmnte - mas creio que a Relógio D'Água até tem feito um bom trabalho nesse sentido.
Tirando Mary, que pode ter outro nome, todos os outros citados estão editados na Relógio d'Água.
ResponderEliminarO meu amigo também me tinha falado de Pnin, já não sei se um dos recomendados ou não, curiosamente ele também partilha comigo a opinião que Nabokov é um estilista de mérito, perde na mensagem, mas também somos ambos fãs de Dostoievski que Nabokov não aprecia.
ah, eu gosto de lolita e li outro dele q gostei muito, riso no escuro. falei de livro no meu blog.
ResponderEliminarEu adoro Nabokov, esse livro que você resenhou aqui é maravilhoso. Gosto muito de um chamado PNIN. E também do livro O OLHO.
ResponderEliminarÉ uma obra interessante, muito melhor na escrita do que na trama que soa a incompleta
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