A obra "As confissões de Félix Krull" corresponde ao livro que Thomas Mann, vencedor de um Nobel da literatura, estava ainda a escrever aos 80 anos quando morreu, embora tenha trabalhado o seu conteúdo desde novo, é contudo um romance incompleto, mesmo assim, já com três centenas de páginas, deixou potencial para vir a ser outra obra deste escritor da dimensão de "A montanha mágica", embora num estilo totalmente diferente.
O romance corresponde às memórias da vida do protagonista, que sempre se sentiu predestinado a alcançar um lugar importante na sociedade, embora nascido de uma família burguesa e pouco exemplar que caiu na ruína quando ainda ele era adolescente. Deste modo, movido pelo seu fascínio e convencimento, dotado de poucos escrúpulos, lá conseguiu passo a passo e sem se desviar dos seus objetivos ocupar o lugar de alguém da nobreza e conhecer o mundo, infelizmente esta viagem global teve apenas uma etapa na obra pela não conclusão desta, mas que curiosamente se passa em Lisboa e ocupa quase um terço do livro.
Mann descreve o povo português e a capital de Portugal de uma forma bem original e diferente do habitual servindo-se de uma personagem sábia residente nesta cidade e que faz lembrar outras figura de grande saber que o escritor criou para dar a conhecer ao leitor mundos da evolução da história e da filosofia noutros grandes romances dele, neste caso Kuckuck é paleontólogo e será por esta via que debitará fascinantes e empoladas informações de antropologia e da biologia, misturada com algum fantasia.
Escrito numa linguagem por vezes irónica, noutras divertida ou sarcástica, o romance está cheio de humor e é com interesse que se lê a geografia e a antropologia de Lisboa e dos portugueses, que se contacta com o rei D Carlos e uma certa crítica social desde a Alemanha, passando por Paris e terminando em Lisboa, infelizmente sem as restantes etapas anunciadas na obra por esse mundo fora e quando Félix ainda era um jovem de 20 anos que se percebe teria chegado à velhice por algumas pistas que vão sendo deixadas no relato feito. Um romance acessível, interessante e que vale a pena ler.
esse eu não li. a montanha mágica está entre os meus livros preferidos. beijos, pedrita
ResponderEliminarUm excelente texto sobre Bekenntnisse des Hochstaplers Felix Krull, um romance encantador, embora não seja uma obra-prima de Thomas Mann, como Der Zauberberg, Joseph und seine Brüder, Doktor Faustus.
ResponderEliminarRespondi ao seu comentário sobre GERMANY 2064.
Sim concordo não chega sequer a Doutor Fausto, o primeiro grande livro que li dele. Quando falei em dimensão, estava-me a referir número de páginas, como penso que se deduz.
ResponderEliminarNunca li José e seus irmãos, anda esgotado por cá, mas penso que será editado em breve.
Pedrita
Penso que ia gostar de ler o que Mann diz dos Portugueses e de Lisboa, aliás ele tem ascendência brasileira, sabia?
Claro que eu também gostei de ler o que o Thomas Mann diz dos Portugueses e de Lisboa. O romance é magnífico, só que não é uma obra-prima como os outros. Eu amo a novela Morte em Veneza.
ResponderEliminarA mãe era a brasileira Júlia da Silva Bruhns, de quem herdou o gosto pelas artes.
Saudações de Düsseldorf. HELAU!
Eu li dois volumes de Jose e seus irmãos que aqui no Brasl foi editado como uma trilogia. O terceiro volume ainda não li, embora esteja na minha prateleira. Te fiz uma pergunta la meu no post do blog abrkdbra-coisasdavida sobre o livro ENTRE OS FIEIS , do V.S.Naipaul. Agradecida se me responder.
ResponderEliminarMann é outro dos meus autores de eleição, já li vários dele mas esse ainda não, mas fiquei com "a pulga atrás da orelha"
ResponderEliminarAbraço
Embora tenha estrutura para atingir a dimensão de A Montanha Mágica, não teria a envergadura desta obra-prima
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