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domingo, 20 de dezembro de 2015

"O adeus às armas" de Ernest Hemingway


Em "O Adeus às armas" Ernest Hemingway, prémio Nobel de 1954, relata o nascimento e a sobrevivência do amor no tempo da I Grande Guerra, tendo como pano de fundo a derrota e posterior retirada italiana perante os austro-húngaros na batalha de Carporetto, a nordeste de Veneza, conflito onde o escritor participou como voluntário americano motorista de ambulâncias e viveu um caso de paixão, à semelhança do protagonista do livro, um oficial voluntário do mesmo País, sendo por isso, uma obra fortemente baseada na sua experiência pessoal.
Neste misto de descrição do conflito real, o seu caso e o poder da paixão ficcionado, Hemingway aproveita, não só para pôr questões sobre a guerra, mas também expor a crueldade desta e ainda fazer uma reflexão à sua renúncia face à superioridade do amor, onde tudo mais passa a secundário.
Escrito sem muitas figuras de estilo, Hemingway utiliza uma linguagem, por vezes quase jornalística, na descrição da paisagem e da guerra, outras vezes, com recurso a diálogos quase ridículos como o serão todas as conversas de apaixonados à semelhança das cartas de amor de Fernando Pessoa, criando assim uma narração ao mesmo tempo encantadora e dura, como só ele é capaz quando fala de conflitos bélicos e dos prazeres da vida, um belíssimo romance que recomendo a qualquer tipo de leitor.  

6 comentários:

  1. esse não li. tb nunca li nada de afonso cruz. beijos, pedrita

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  2. Esse é um livro que fiquei 100% interessada em ler, tenho muita curiosidade na história do Hemingway e nos seus escritos também.
    Estou seguindo e adorando o blog!
    Beijos.
    Tenho um blog no qual falo sobre filmes, series e cultura no geral. Se puder dar uma conferida ficarei muito grata: http://cineleva.blogspot.com.br/ :)

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  3. Afonso Cruz é uma das esperanças literárias em Portugal, com um estilo muito próprio que mistura factos ou personagens reais com ficção, algum realismo fantástico e um escrita poética muito interessante.
    Este Hemingway tal como Por quem os sinos dobram, são os que melhor refletem a guerra e ambos baseados na sua vida real, só que este adeus é em muito autobiográfico da sua vida muito jovem.

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  4. Vou espreitar o seu blogue e este livro também foi adaptado ao cinema, como me disse um amigo meu jornalista em Lisboa ainda esta semana.

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  5. Hemingway é um dos meu autores preferidos, já li bastantes livros dele, mas por coincidência este deve ser dos poucos que nunca li... Tenho-o mas não sei porquê ainda não peguei nele.
    Dele o livro que mais gostei foi sem dúvida o "Por Quem os Sinos Dobram", apesar de que o "Velho e o Mar" e o "Na Outra Margem Entre as Árvores" estarem também entre os meus preferidos.
    Abraço

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  6. Por quem os sinos dobram é mais profundo e foi o que mais me tocou entre os que li, o mais poético é sem dúvida O velho e o mar, mas este agora também é muito bom.

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