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terça-feira, 4 de março de 2014

"Os irmãos Karamázov" de Fiódor Dostoiévski


Ao terminar a leitura de "Os irmãos Karamázov" de Dostoiévski compreendi por que este romance é um dos mais importantes da história da literatura: conflito de gerações - exemplo de pai e reflexo nos filhos; conflito de moral - livre arbítrio e opção pelo certo ou prazer; conflito religioso - crente e ateu; conflito de consciência culpa coletiva e castigo individual; conflito sentimental ciúme/ódio/vingança e compreensão/amor/perdão.
Escrito em forma de relato de um observador externo dos acontecimentos por que passaram os voluptuosos Karamazov, o pai e os seus três filhos abandonados à sua sorte que mesmo herdando os mesmos vícios conseguem ser tão diferentes entre si, o romance levanta numerosas questões: a que mais atravessa o livro é se sem Deus tudo será permitido ao homem e se a humanidade sobreviverá? Contudo não se fica por aqui: pode um indivíduo ser culpado pelos outros? pode-se condenar alguém que não tem uma recordação positiva do pai? Podemos construir o nosso próprio inferno e aceitá-lo pela paixão a que nos dedicámos? Como construir um mundo melhor?
Apesar da profundidade da obra, o romance muitas vezes tem a velocidade vertiginosa de um thriller, a tensão de um policial e o romantismo de uma história de paixões e amor fraternal, intercalados com momentos de maior reflexão, sem nunca deixar de ter um estilo de escrita genial, bela e quase sempre fácil que agarra o leitor.
Vários indícios apontam para que o romance devesse prosseguir com um terceiro volume que Dostoiévski já não escreveu, mesmo assim, não deixa de ser uma obra completa que todos devem ler.

8 comentários:

  1. eu sou apaixonada por esse livro. é do dostoiévski que mais gosto. adorei o post e seu texto. beijos, pedrita

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  2. Compreendo que se tenha apaixonado por este livro, é de facto uma obra de arte em todos os aspetos.

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  3. Li este livro há uns 20 anos. Acho que está na hora de reler. Muito boa sua análise.
    Denise

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  4. É um livro sempre interessante de se reler e não perde atualidade.

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  5. Expuseste as razões pelas quais este é um dos livros da minha vida, a par de Dom Quixote e Guerra e Paz.
    Soberbo. Peca apenas por uma primeira parte algo chata para quem gosta de ficção
    Abraço

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  6. o "quase sempre fácil" teve em consideração certas passagens dessa primeira parte. Embora tenha gostado das mesmas, reconheço que podem ser mais fastidiosas para alguns.

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  7. eu li, mas do Dostoievski
    o que eu mais gosto é O IDIOTA!

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  8. Também li O Idiota, mas considero este mais profundo, embora ambos muito bons.

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