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quarta-feira, 12 de março de 2014

"O Sino da Islândia" de Halldór Laxness


Terminei a leitura de "O sino da Islândia" um grande romance passado nos tempos da subordinação tirânica da ilha à Dinamarca. Uma obra que confirma definitivamente que o laureado com o prémio Nobel da literatura Halldór Laxness foi de facto um magnífico escritor do século XX, com livros bem diferentes mas que preservam a qualidade e levantam grandes questões sociais, políticas e éticas como já acontecia na obra-prima "Gente Independente".
"O Sino da Islândia" baseia-se em grande parte em pessoas e factos que existiram na realidade na transição do século XVII para XVIII e faz um retrato nacionalista da cultura, da mentalidade, das crenças e da história do povo islandês.
O sino marcava os grandes processos do principal tribunal da Islândia quase desde a origem do povoamento da ilha e assim simbolizava a justiça de uma sociedade e logo no início do romance é retirado por ordem do reino que ocupa o território, marcando assim um tempo em que o sistema está subjugado aos interesses de novos senhores e subservientes à potência estrangeira... só que nas voltas e reviravoltas algo levou a que se tentasse repor a memória, o sistema e o orgulho nacional, mas a evolução da trama deixa uma grande interrogação: será que os pobres de um povo escravizado são capazes de preferir a injustiça para salvaguardar os hábitos em que já se sente ambientado em detrimento de um seu salvador que o coloca num sistema que liberta as vítimas e castiga os poderosos por que já não sabem sobreviver de outro modo?
Preferir os benefícios da reposição da acusação de criminoso à liberdade e desprezar a sua retirada em tribunal pelos inconvenientes que isso traz em sociedade é algo que leva a profundas reflexões sobre até que ponto uma sociedade pode ser pervertida nos seus valores e princípios.
Um romance onde a distinção entre herói mítico, criminoso e oportunista se camuflam no nevoeiro das lendas, da cultura e da miséria de então do povo islandês. Um excelente livro.

5 comentários:

  1. Considero este romance entre as grandes obras literárias da riquíssima literatura islandesa.

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  2. fiquei com muita vontade de ler. belíssima capa. esse do conrad eu não li. mencionei vc no meu blog já q vi um filme q pelo nome aqui no brasil vc nem vai fazer ideia do q é. beijos, pedrita

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  3. Um autor de eleição.

    Boas leituras

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  4. Cada vez mais entre os meu favoritos este autor.

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