Acabei de ler o primeiro romance da tetralogia "O quarteto de Alexandria: Justine" de Lawrence Durrell passado na cidade do mesmo nome no período ante-guerra e com o Egito sob o domínio britânico, não um volume separado como na imagem deste artigo, mas num livro único apresentado na coluna da esquerda.
Alexandria era então um centro cosmopolita onde se cruzavam as culturas mediterrânicas: a local árabe e as estrangeiras grega, judia, síria, francesa e a da potência dominante que viviam num mundo onde acima da miséria dos autóctones partilhavam lutas de política, amor e ócio.
O protagonista, um professor inglês que viveu nesse mundo conta as suas memórias com as personagens com quem estava mais próximo e reflete sobre as mulheres por quem se apaixonou e os vícios em que estas relações imergiam: o ciume, as obsessões pelo objeto amado, as dissertações de como os segurar, as infidelidades consentidas e não, a prostituição, a homossexualidade e a diplomacia entre as partes. Tudo isto, embora num estilo de escrita diferente, fez-me lembrar Proust, mas menos profundo na análise dos temas e dos valores. Gostei da forma como Durrell se serve de Justine para através do seu carácter descrever a cidade de Alexandria.
Por agora a prosseguir para o segundo romance Balthazar, personagem já conhecida em Justine.