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quarta-feira, 29 de julho de 2009

FILÕES CRUZADOS DE COOPERANTES

Já falei várias vezes vezes de filões neste blog, desde o modo como se formam, como podem ficar salientes na paisagem devido à erosão diferencial e estes têm sido uma das estruturas geológicas de que maior número de visitantes do Geocrusoe têm enviado fotos como modo de cooperação com esta página.

Foto de Trilobite de filões entrecruzados sendo evidente um filão camada.

Recentemente um geólogo visitante habitual deste blog, com o nickname Trilobite (um dos tipos de animais macroscópicos mais antigos da história da vida e que desapareceram antes do mundo ser dominado pelos dinossaurios, aqui um bom post sobre estes seres vivos tão antigos) enviou-me fotos recolhidas em São Miguel.
Na primeira foto vêm-se um conjunto de filões lávicos que cortam segundo um ângulo (discordância angular) todas as restantes camadas, aproximadamente paralelas entre si, sendo que uma delas parece corresponder igualmente a um outro filão com o mesmo tipo de composição. Por isso se pode dizer que é uma região onde ocorrem filões cruzados ou entrecruzados, precisamente na área onde está inserido a autoria da foto através do seu nickname.

Foto de Trilobite, onde no centro é visível um filão dique

Quando a composição das rochas encaixantes é do mesmo tipo do filão e a erosão não criou um relevo diferencial, por vezes torna-se difícil detectar o filão, mas novamente nesta foto uma observação atenta e a discordância angular permitem identificar vários filões, um deles possui igualmente o nickname do seu autor.
Quando os filões são paralelos aos estratos das rochas encaixantes diz-se que se está perante um filão camada. Quando as rochas se estendem com ligeiras ou nenhumas inclinações e são cortadas por um filão aproximadamente vertical, este é denominado dique.

Ao Trilobite fica aqui o meu obrigado e coopere sempre que desejar, o blog está aberto à boa cooperação

10 comentários:

  1. eu tb adoro encontrar blogs q tenham assuntos afins. e no seu caso não devem ser muitos. beijos, pedrita

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  2. Tenho temas afins além da geologia: música (sobretudo a erudita), literatura, viagens e açores em geral (para já não falar noutras áreas não integradas neste blog como a intervenção na sociedade). Assim tenho muito por onde andar na blogosfera.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Olá

    Voltei da madeira sem PC... xD

    Quando o tiver tenho uma foto com uma formação geológica que me intrigou, mas já magiquei algumas teorias... :P

    Depois carrego a foto para a net e coloco aqui o link... :)

    Andei pelo túnel lavico de S.Vicente... que não tem estalactites... excepto as de sal... :P tenho umas duvidas sobre isso também... não sei se por serem formadas por sal são de alguma forma despromovidas, por não fazerem parte do material basaltico da caverna ou pelo seu curto tempo de vida (pelo que penso)...

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  5. ao grifo
    sabes que nunca fui à madeira ao vivo?
    Qualquer forma sei alguma coisa, pouco, da geologia da madeira.
    Se souber respondo.
    As estalactites têm todas igual importância geológica, independentemente da sua génese e composição quimica.
    Em zonas calcárias tendem a ser de carbonato de cálcio que se encontrava dissolvido na água, nas regiões vulcânicas, por norma, são basálticas e resultam do arrefecimeto diferencial da lava que constitui a escoada onde o tubo se instalou, nas zonas costeiras tendem a aparecer as de cloreto de sódio ou halite que é o sal das cozinhas que se encontra dissolvido na água do mar e ainda existem as siliciosas, mais raras, mas acontece no algar do carvão na terceira, onde a lava é muito rica em sílica e resulta da precipitação de silicato que se dissolveu na água que circulou nas rochas.
    Lembra-te na natureza tudo tem valor, desde o simples micróbio à baleia, passando pelo diamante e indo à simples lama que se deposita numa enxurrada e há cientistas que estudam tudo isso e tudo isso conta para a ciência com igual valor

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  6. Só fiquei com duvidas por a guia dizer que não existiam... e que as que se encontravam no tecto da caverna (que segundo o dito não são estalactites)resultavam da lava em arrefecimento a escorrer, estalactites "a serio" não existiam devido á caverna não ser de origem calcaria, e não referiu as de sal... Não fui muito na conversa de estalactites só serem as de origem calcarias... :S

    Depois mostro fotos... :)

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  7. Não te preocupes, por vezes os guias turísticos cometem erros (acontece a todos) por ignorância, o grave é quando dizem e não aceitam, esta semana assiste uma explicação errada na caldeira em inglês depois fiz-lhe um reparo e ela em vez de agradecer assumiu que tinha dito o que eu dissera, mas há outros muito profissionais e ávidos de saber mais para dizer melhor.

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