A continuar com as cooperações, cá vão mais duas fotos de Carlos Campos, enviadas por correio electrónico e que retratam dois aspectos resultantes da erosão diferencial sobre um filão lávico de aspecto basáltico. Parecem-se ser ângulos diferentes do mesmo filão, mas como não conheço o local, nem tenho outras informações, ficam aqui apenas as imagens e algumas notas.
Os filões vulcânicos são, por norma, constituídos de material consolidado muito coeso, enquanto as escoadas lávicas sobrepostas, frequentemente, apresentam uma estratificação horizontal com uma alternância de camadas escoriáceas desagregadas com outras maciças, tal como evidenciado neste post e a diferença de resistência ainda é maior se o encaixante for todo ele constituído de materiais desagregados.
Assim, a acção do mar e da gravidade tende a erodir mais rapidamente o empilhamento de lavas poucos espessas do que um filão inclinado e mais resistente de cima a baixo. Por isso podem forma-se este tipo de "molhes" ou "pontões naturais" a entrar pelo oceano em resultado da erosão diferencial.
Quando acção do mar não é igual para ambos os lados do filão, devido às ondas mais energéticas terem uma direcção preferencial, outra especificidade local ou o filão não ser pertendicular à linha de costa, este pode mesmo servir de barreira ao próprio recuo da arriba, comportando-se como se fosse um muro de protecção natural dessa mesma arriba.
lindas imagens. beijos, pedrita
ResponderEliminarLindas fotos realmente
ResponderEliminarPor acaso há pouco tempo vi uum excelente exemplo de um filão deste tipo em São Jorge, mas naquele caso a erosão é provocada pela acção da água da Ribeira dos Cedros, perto do Topo. Infelizmente não tenho fotos pois estava a praticar Canyoning, e por muito estanque que a minha mochila seja, não me parece que meta a minha camera lá dentro para ir pra ribeira ;)
ResponderEliminarNa zona há uma cascata, que cai numa pequena piscina, em que a parede exterior é o filão.
Geocumprimentos
Gostei muito das fotografias e da explicação.
ResponderEliminarà pedrita e ao professor elias
ResponderEliminaresteticamente gosto muito da superior, mas penso que as duas são muito didácticas para os objecitos expostos no texto.
ao valter
a região do topo é muito rica em filões e em cicatrizes de acidentes tectónicos recentes (provavelmente do sismo de 1980) e a própria rede hidrográfica está controlada por falhas.
Dá para praticar a modalidade na ribeira? ou estavas no mar?
ao josé quintela
ainda bem, fico satisfeito quando alguém gosta de perceber o mundo natural que nos rodeia.
É com muito gosto que contribuo e “coopero” (é o Geocrusoe que faz todo o trabalho) para o seu blog.
ResponderEliminarPeço desculpa por não lhe ter enviado a localização das fotos, não é segredo, trata-se dum trilho pedestre na costa Sul, ilha de São Miguel (PR10SMI- Praia da Amora-Lobeira), entre as freguesias de Ponta Garça e Ribeira Quente, um antigo caminho de vendilhões e pescadores, outrora a principal via de comunicação entre estes dois povoados.
Para os amantes da geologia, vulcanologia, morfologia e afins, este trilho tem umas “descobertas” espectaculares. Só um alerta, neste momento o trilho está temporariamente fechado (http://www.trails-azores.com/index.php?ilha=saomigueleste&id=46#desc), e nestas condições não é aconselhável avançar ou explorar este trilho, isto porque em algumas partes ele é realmente perigoso.
Em relação às fotos têm toda a razão, são ângulos diferentes do mesmo filão.
ao carlos campos
ResponderEliminarobrigado pela informação, eu não conheço o trilho pelo que se compreende porque não identefiquei o local.
Estava a praticar Canyoning mesmo nessa ribeira.
ResponderEliminarA zona onde se encontra o filão não é visível do mar pois fica a cerca de 150 metros de altitude, entre uma cascata de cerca de 20 metros e outra de 45, seguida de uma série de curvas e cascatas mais pequenas.