AR DE INVERNO
Aves do mar que em ronda lenta
Giram no ar, à ventania,
Gritam na tarde macilenta
A sua bárbara alegria.
Incha lá fora a vaga escura,
Uiva o nordeste aflitamente.
Que mágoa anónima satura
Este ar de Inverno, este ar doente?
Alma que vogas a gemer
Na tarde anémica, de vento,
Como se infiltra no meu ser
O teu esparso sofrimento!
Que viuvez desamparada
Chora no ar, no vento frio,
Por esta tarde macerada
Em que a esp'rança se esvaiu!...
In: "Almas Cativas e Poemas Dispersos", Edições Ática
Linda foto! Belo poema!
ResponderEliminarContinuo a gostar imenso de Roberto de Mesquita que muitas vezes toca nos aspectos psicológicos que amarram o povo ilhéu. Na foto gosto muito da gaivota a lutar contra o vento e surpreendida pela rebentação da onda contra o porto.
ResponderEliminarEste é um dos meus poemas favoritos.
ResponderEliminarao paulo pereira
ResponderEliminare claro um dos meus também
Lindo! Não me canso de o reler cada vez que passo por aqui. Será que ainda se vendem livros dele? Ainda não tive a ssorte de me cruzar com nenhum, nem sequer nas habituais feiras do livro da Semana do Mar, onde geralmente consigo matar a minha sede de literatura açoriana. Tudo o conheço dele é poesia retalhada, à solta pela blogosfera ou perdida em jornais antigos. E tenho pena!
ResponderEliminarà lb
ResponderEliminareu também gosto muito do poema, quando eu passar pela biblioteca pública da horta ou vir o seu director, tentarei indagar se eles têm ainda algum exemplar à venda (que eu saiba só foi editado um único título), depois dir-te-ei a informação obtida, costumo falar com ele pelo menos um vez por semana.
Comprei este livro, e outros autores açorianos, o ano passado no Centro de Artes e de Ciências do Mar de Lajes do Pico.
ResponderEliminarBoa! E obrigado. E se já não houver na Biblioteca da Horta, pode ser que nas próximas férias o consiga encontrar no Pico. Obrigado também ao Paulo Pereira pela dica.
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