Tinha prometido a apresentação de algumas imagens da minha viagem a Praga, pelo que aqui ficam algumas das muitas fotos então tiradas, assim como explicações e reflexões sobre esta cidade.
Em primeiro lugar importa deixar bem claro que o centro da Praga é de uma monumentalidade e beleza estonteante que impressiona qualquer pessoa que chegue pela primeira vez à cidade, sem dúvida uma das capitais mais belas que conheço.
Entrada na Praça da cidade velha, com a sua câmara municipal à esquerda e igreja de Nª. Sª. de Tyn em frente.
Contudo, defeito meu ou virtude, não consigo visitar uma terra, deslumbrar-me e ir embora sem estudar a sua alma, o que faço, por norma, através da exploração de espaços menos turísticos, análise dos vários tipos de lojas de comércio tradicional e pela observação daquelas pessoas que me parecem ser os residentes da cidade. É um método incompleto, mas rico de informação sobre o local e tive tempo suficiente em Praga para estas intromissões nesta urbe.
O castelo com o palácio real e catedral de S Vito no alto, igreja de S. Nicolau do Bairro Pequeno à esquerda e ponte Carlos sobre o rio Moldava à direita.
Não haja dúvida que a população de Praga valoriza a cultura. O número de livrarias; alfarrabistas; lojas de venda de cd/dvd; casas de teatro de vários tipos, activas e em checo; óperas e salas de concerto; bem como a qualidade dos grupos musicais de rua, das companhis de ópera e da sua orquestra filarmónica; a diversidade de oferta musical e a quantidade de escritores, pintores e escultores de grande valor na história da arte europeia, demonstram isso. Mas o centro histórico desta cidade é hoje, sobretudo, um belo museu preservado e destinado ao turismo.
Ponte Carlos à entrada do Bairro Pequeno, com as suas imagens e torre e porta.
À excepção da venda de livros e discos, praticamente todo o comércio desta zona está virado para o turismo e com preços na generalidade superiores em 100% à cintura envolvente menos turística, o movimento de rua é praticamente ocupado por estrangeiros e nacionais de apoio a estes. Quase não se vêem pessoas com comportamentos de quem está a desenvolver actividades quotidianas e o grau de recuperação das moradia é de tal forma intenso e homogeniamente barroco que parece descartar qualquer veleidade individual, bem como ser excessivo para bolsos da classe média e baixa.
Rua da Ponte Carlos, com a igreja de São Nicolau do Bairro Pequeno em frente.
Assim, ficou-me a dúvida, até que ponto será agradável viver neste centro histórico e qual a densidade, intensidade e qualidade de vida dos seus prováveis residentes... quais as casas das classes menos abastadas dentro deste núcleo e deu-me então uma grande saudade dos bairros típicos cheios de vida da minha Lisboa onde vivi...
Catedral de São Vito no interior do Castelo e do Palácio Real.
Num dos dias aventurei-me a uma excursão, planeada à última hora, a uma pequena cidade de província, a quase três horas de viagem e situada no extremo sul da Boémia: Ceska Krumlova, cujo seu núcleo foi recentemente elevado a património mundial, tal como no passado aconteceu com o centro histórico e turístico de Praga, ficam aqui duas imagens como aperitivo desta pérola que temo, brevemente será votado a um destino semelhante ao do centro da capital do pais.
O Castelo de Ceska Krumlova
Absolutamente fantástico... que cidades tão belas.
ResponderEliminarnossa, as fotos estão maravilhosas. eu tb gosto de visitar pontos indicados pelos moradores. e não somente os do guia de turismo. beijos, pedrita
ResponderEliminarao grifo
ResponderEliminarefectivamente são muito belas... mas olha que de uma forma diferente a nossa terra não é menos bela.
pedrita
compreendo e é uma forma de completar a descoberta de uma terra
Olá,
ResponderEliminarGostei de saber que as férias foram óptimas, de ver fotos de uma cidade encantadora, de saber da preocupação de um povo em preservar o riquíssimo património edificado e do recurso à UNESCO para para tal.
Fico triste, em constatar que na "nossa" cidade da Horta, não se vislumbra essa preocupação, nem esse dinamismo. Costumo dizer aqui estamos na era da revolução industrial, mudar, mudar e não recuperar.
São opções
Bom regresso
à nanda
ResponderEliminarinfelizmente o centro da nossa cidade deveria merecer uma maior atenção das autoridades competentes e dos próprios faialenses... antes que seja demasiado tarde.
As suas fotografias sao de qualidade superior às minhas.
ResponderEliminarO que o greocruseo escreve aqui, é exactamente o que o diria sobre Praga. Quando lá estive, Praga era a cidade mais barata que conheci. Mesmo nos centros turísticos tudo era quase de graca.
Acredito, que agora tudo esteja mais caro, mas ainda aí se pode comprar tudo mais barato do que aqui.
Nao conheco a pequena cidade situada no extremo sul da Boémia: Ceska Krumlova. Também estou com curiosidade de a conhecer. Mas é como diz o geocruseo, brevemente esta cidade terá um destino semelhante ao do centro da capital do pais.
Saudacoes de Düsseldorf, uma cidade também muito bonita.
No que respeita a cultura nao fica atrás de Praga. O que falta é tempo para assistir a tudo.
à ematejoca
ResponderEliminarpode ser que um dia venha a conhecer dusseldorf... devido ao meu interesse pela cultura germânica, incluindo a língua, quem sabe se não será mais rápido do que as minhas expectativas actuais.
Claro que quem viaja muito por cidades depois distingue aquelas que tem turismo, daquelas que se renderam ao turismo, embora culturalmente continue rica, mas não encontrei muita produtividade artística contemporânea
...CONSOLASTE-TE???
ResponderEliminarGostei muito, vi coisas muito belas,ouvi boa música, desanuviei-me das tensões do dia-a-dia e, no fim, tive saudades da minha ilha e do meu país, o que é bom sinal.
ResponderEliminarComo sempre, viajo com o texto e as fotos. Geocrusoé, ainda bem que visito este seu cantinho, porque tenho certeza que minha vida (e meu dinheiro também) é bem curta para tantos lugares a visitar. Só lamento, como você diz no post sobre Lisboa, que não posso sentir o cheiro e os sons desses lugares.
ResponderEliminarDenise
aos incansáveis
ResponderEliminartambém a denise possibilita-me conhecer e explorar a mata atlântica do brasil, a respectiva flora e fauna, sem qualquer impacte ambiental que a destrua, por isso é uma questão de intercâmbio de viagens... quanto aos cheiros e sons de lisboa, talvez nalgum restaurante português em são paulo os encontre.