Tempos houve, não muito distantes, que no meio rural do Faial não havia dinheiro disponível. Apenas abundava o milho, o trigo, a batata doce ou da terra, a laranja, a maçã, o pêssego, o figo, a ameixa, a nêspera e a uva, o peixe acabado de pescar, a carne de vaca ou de porco (tanto fresca, como salgada), as couves para acompanhar ou a cebola, o alho e a salsa para aromatizar e ainda o vinho feito por um conhecido da Praia do Norte, do Capelo ou, sobretudo, do Pico e... vi eu bem, muito alegria no trabalho.
Hoje, o dinheiro circula no campo e os bancos cobram as dívidas da casa, do carro, da adega ou da mobília nova e dos electrodomésticos, mas o chão que deu uvas cobre-se de ipomoeas de flores roxas que se alastram pelos quintais e desfeiam as zonas balneares...
actualmente já ninguém tem paciência de tratar das vinhas e de fazer o vinho... só no pico onde é um grande negocio... pena... é património que se perde,mas digo que não era eu que ia fazer isso, mas tenho pena de ver pessoas do Faial ir para o Pico fazer isso, deixar as vinhas Faialense ao abandono...
ResponderEliminaros campos como eram realmente parecem sonhos hj. beijos, pedrita
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ResponderEliminarHoje em dia não compensa ter a tal dita vinha que voces tanto falam, pois especar, sulfatar, tirar folha etc fazer o vinho, não dá para o gasto.
ResponderEliminargrifo
ResponderEliminaroutros interesses, necessidades e gostos levantaram-se e vieram ocupar o tempo e o gosto que havia nos nossos quintais e vinhas... e a memória do passado vai-se apagando.
à pedrita
pois as coisas mudaram mesmo e não ficou mais bonito.
ao pseudocódigo
como deve saber tenho o meu quintal com fruta e produtos hortícolas e os meus jardins com flores e espaços verdes roçados ou aparados... ainda há muito a melhorar, mas descobri o prazer no amanho da terra que não descobrira quando novo, mas não preciso de mais terrenos tenho qb.
Pois acredito que a despesa com o prazer do amanho da vinha não dê para o gasto, antigamente era a necessidade que cobria a despesa.
Caro Geocrusoe!
ResponderEliminarDizem que os tempos mudaram, mas cada vez são maiores as desigualdades no mundo, olhamos o passado quando conversamos com os mais velhos e descobrimos que nesses tempos dificeis, eles conseguiam construir a felicidade com tão pouco, enquanto hoje no século xxi, a sociedade de consumo,oferece-nos uma felicidade enganadora e quando passamos pela pessoas na rua é cada vez mais difícil encontrar um sorriso, esse sorriso que é sinónimo de bem estar com a vida.
Abraço cinéfilo
Paula e Rui Lima
ao rui luis lima
ResponderEliminarVi que compreendeu perfeitamente uma das principais mensagens do post: as pessoas aspiraram o estilo de vida urbano e, como consequência, os campos foram abandonados, atrás de um mito que deixa as pessoas mais preocupadas, menos felizes e as paisagens rurais degradadas.
Pois é, esse chão dá deu sustento. Do modo que as "coisas" se estão trajando, vai voltar a ser utilizado na sobrevivência alimentar.
ResponderEliminarBom fim de semana
à nanda
ResponderEliminarsó lamento que se pense que só volta a dar sustento devido aos problemas da humanidade e não pelo gosto de se saber e querer tirar o proveito da nossa Terra... os custos dos erros e da vivência enganosa da civilização moderna são mais espinhosos que o viver em equilíbrio social e ambiental.
Pergunte-se a essas pessoas, antigas, que cultivavam esse chão, se querem voltar a esses tempos. Todos gostam de bucolicamente os evocar mas poucos quererão penar como se penava na altura por falta de alternativas. À mínima oportunidade era abalar dessas ilhas para as Américas. É bonito pôr essa hipótese, por opção, escolhendo. Mas quem vivia dessa agricultura de subsistência raramente o fazia por opção. Momentos de alegria e beleza que escondiam muitas vezes a fome e a miséria .... Essa época, na minha opinião, não era um mar de rosas nem a civilização moderna é um degredo deprimente.
ResponderEliminarao maugastamanhas
ResponderEliminarreconheço que muitas maugas havia... mas vi que se vivia com dificuldades, honra e dentro das possibilidades do seu trabalho. será que hoje os açorianos vivem do que produzem, não haverá ilhéus que digam que os açores precisam de subsídios enquanto deixam o seu solo abandonado? A fome e miséria de antigamente era menos digna que a dívida ao banco de hoje?
Não se pede a ninguém que invente riqueza, mas considero vergonhoso que numa das regiões mais pobres da europa se reivindique apoios ao exterior e se deixe os seus terrenos abandonados e sem produção, não é ser-se bucólico é uma questão de moral. O passado não podemos alterar, os erros do presente precisam e podem ser corrigidos, para isso há que mudar mentalidades
Talvez 2009 comece a ser o ano do regresso à terra, ou à fomeca.
ResponderEliminarUm abraço
ao rui
ResponderEliminarCompreendo a tua indirecta, mas preferia que fosse o gosto voluntário por ter os espaços em torno das nossas casas "amanhados" e produtivos que levassem ao desaparecimento destas manchas abandonadas junto das moradias dentro das nossas freguesias, em vez das imposições duma crise que resultou de um acumular de erros.