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sábado, 21 de junho de 2008

A PEDRA-POMES E A PRESSÃO LITOSTÁTICA

Já falara aqui sobre o que acontece quando uma escoada de lava quente passa sobre uma rocha, transformando-a numa rocha metamórfica devido ao calor. No mesmo local do post de então, vê-se que outra escoada passou sobre um depósito de pedra-pomes, que não só ficou em parte cozido, como foi literalmente comprimido pelo peso dos produtos que o vulcão do complexo da Ribeirinha depositou superiormente.

Na foto em cima, o nível avermelhado superior é um paleossolo e/ou uma camada de basalto antiga parcialmente metamorfisada pelo calor da escoada que a cobriu então (cozimento puro!). Mas o nível ocre inferior já havia sofrido antes um efeito térmico do mesmo tipo e como era constituído por pedra-pomes, altamente porosa e compactável, além do calor, o peso da sobreposição das muitas camadas que se lhe sobrepuseram ao longo das várias erupções do vulcão da Ribeirinha transformaram-na ainda mais.

A camada de pedra-pomes, com o peso das rochas sobrepostas (pressão litostática) sofreu uma compactação tão intensa que as suas heterogeneidades internas ficaram fossilizadas num estreito conjunto de bandas coloridas. A moeda de 1 euro serve para ver quão estreita ficou a espessura deste nível.

Acima, um pormenor da pedra-pomes comprimida, onde os grãos quase ficaram da dimensão das areias, enquanto fragmentos de lava, mais resistentes à compactação, apresentam diâmetros médios superiores.

Assim, se as rochas à superfície, independentemente de serem vulcânicas ou não, sofrem transformações e tornam-se rochas sedimentares. No interior da terra, as rochas sofrem os efeitos da pressão, da temperatura e de outros factores fisico-químicos e transformam-se em rochas metamórficas, independentemente de terem sido ou não rochas magmáticas antes.
Tal como a água na natureza, as rochas também têm o seu ciclo de transformações, mas isso há-de ficar para outros posts mais tarde, ciclo de rochas que também acontece nos Açores.

6 comentários:

  1. bacana. beijos, pedrita

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  2. Não percebo nada disto mas se o dizes é porque deve ser verdade, quanto as fotos à semelhança de outros posts são excelentes.

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  3. Lembro-me que tive um professor de Sedimentologia excelente. Fizemos uma excursão de 4 dias atravessando todo o estado de São Paulo (de leste para oeste) e identificando todos os períodos geológicos através dos afloramentos visíveis nas estradas e nas cidades por onde passamos.Um trecho que mais me impressionou foi o da Formação Botucatu, que possui basaltos e arenitos. Pena que na época eu não tinha máquina fotográfica (ainda não existia a digital) para documentar.
    Denise

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  4. pedrita
    para quem ama a geologia, qualquer amostra de rocha é como um livro.

    Jcarlos
    algumas coisas aqui e ali começas a perceber... vê-se pelos comentários ao vivo.

    aos incansáveis
    pois se eu no passado tivesse gostado de fotografia e houvesse a máquina digital, eu teria certamente muito mais fotos, não só dos açores e com cobertura geográfica conveniente, como também das minhas visitas de estudo no Continente português onde percorri todo o país norte a sul, assim o blog teria muito mais matéria-prima para expor nesta página.

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  5. Me poderian informar se na ilha da Madeira a depositos de pedra pomes?

    Obrigado.

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  6. Infelizmente nunca estive na Madeira e não conheço suficientemente a geologia da ilha para poder responder a essa dúvida.

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