Até 1957 a linha de costa mais ocidental do Faial era o Costado da Nau, só que a 13 de Setembro daquele ano iniciou-se uma erupção submarina um pouco mais a poente, o que criou um novo cone, que originou uma nova ilha que depois se uniu ao Faial. O extremo oeste da ilha passou a então ser constituído pelas novas estruturas construídas pelo vulcão dos Capelinhos e o Costado da Nau passou ao estatuto de Arriba Fóssil...
A encosta subvertical do Costado da Nau, à esquerda e cobertura os materiais do vulcão dos Capelinhos
Assim, ao contrário da maioria das outras arribas fósseis nos Açores, formadas devido a escorregamentos de terra ocorridos nestas mesmas íngremes escostas ou como resultado das escoadas de lava ou de piroclastos que caíram em cascata e vindas do interior da ilha em virtude de erupções terrestres; a arriba fóssil do Costado da Nau aconteceu porque uma nova ilha surgiu do lado do mar e se uniu a uma ilha mais antiga.
Uma génese muito diferente dos restantes casos, não sei se único na morfologia actual das ilhas deste arquipélago, no passado devem ter ocorrido outras situações semelhantes e hoje cobertas por materiais mais recentes, mas pessoal e presentemente não conheço mais nenhum caso igual nesta Região, uma génese pouco frequente para uma arriba fóssil nos Açores.
Existem no Continente arribas fósseis com uma génese ainda diferente, nomeadamente na Costa da Caparica, mas fora do enquadramento geológico dos Açores.
Suponho que os materiais escuros sejam piroclastos, aparentemente bem calibrados e de granulometria pequena (de acordo com o tipo de erupção dos capelinhos).
ResponderEliminarHá dois tipos de material que parecem diferenciar-se do envolvente:
-os materiais cinza escuro mais à esquerda na foto (entre o mar e o afloramento com estratificação)
-e no canto superior direito, com aspecto de carvão e parecendo acompanhar a estratificação dos materiais inferiores.
ao rj
ResponderEliminarAdicionei uma legenda à imagem que talvez ajude.
A antiga arriba era a metade oriental de um antigo cone igualmente submarino na primeira fase, à semelhança dos Capelinhos. Os materiais ocre da arriba são os piroclastos da fase surtsiana do Costado da Nau, os avermelhados são os subaéreos do mesmo e existe ainda uma "agulha" na zona mais central que é da saída de escoada pela chaminé também na fase estromboliana.
À esquerda e como cobertura superior da arriba, vêem-se as cinzas de queda das colunas eruptivas emitidas pelos Capelinhos e que no faial soterraram muitos edifícios.
Não percebi se te referias à genése ou à classificação de arriba fóssil. Existem arribas fósseis em São Jorge.
ResponderEliminarBom Domingo.
ao desambientado
ResponderEliminarclaro que me referia à génese, a existencia de arribas em são jorge era evidente a partir da leitura dos posts anteriores sobre as fajãs e arribas...