Tenho na memória da minha adolescência os episódios televisivos do inspetor Maigret, passados em Paris, quase sempre associados a meteorologias desagradáveis e sei que li diversos casos por ele resolvidos nessa época inicial das minhas leituras de adulto, eis a razão porque quis reencontrar-me com o escritor belga Georges Simenon e ao deparar-me com este "Maigret e os crimes de Montmartre" na biblioteca pública da Horta.
Uma bailarina de striptease após o fecho do seu bar noturno dirige-se alcoolizada à esquadra de Montmartre para avisar de um crime de uma condessa cuja preparação ouvira durante o trabalho. A polícia faz o relatório e no dia seguinte a mesma tenta desvalorizar o seu depoimento, nesse mesmo dia é assassinada em casa e mais tarde no bairro é encontrada morta uma mulher com tal título nobiliário. Maigret entra em ação não só explorando a vida no bar, descobre que um dos guardas estava apaixonado pela artista e pesquisa as relações desta com os patrões e colegas, envolvem-se outros guardas que descobrem que um médico, um homossexual e a segunda vítima estão unidos pela droga e há um elo comum a todos vindo de um passado distante que vive no bairro, mas ninguém fala, embora muitos pareçam saber algo mais até ao desenlace final.
A um ritmo paciente debaixo de um tempo frio e chuvoso a investigação prossegue, é um policial típico liderada por um comissário público e sem grandes temas em discussão para além do caso, por isso surge-nos uma história cinematográfica, pouco extensa, mas bem escrita e articulada, onde os pensamentos e sentimentos de Maigret são o principal tempero humano com poucas personagens. Gostei, fácil de se ler e adequa-se a um episódio policial calmo e bem redigido.
eu li alguns do autor e gostei. não sabia que tinha uma série. talvez ache em alguns daqueles canais com clássicos. um que li dele faz tempo e comentei aqui https://mataharie007.blogspot.com/2009/10/o-enforcado.html
ResponderEliminarPois na minha adolescência havia, depois deixei de ver séries deste personagem.
ResponderEliminarNunca li o autor, mas sei que aqui no Brasil o Simenon tem muitos fãs.
ResponderEliminarfalei de livro no meu blog.
ResponderEliminarTambém me lembro de na adolescência, com os meus pais, ver essas séries do Maigret com o seu inseparável cachimbo, os pastis (creio ser uma aguardente anizada) e o tempo quase chuvoso numa Paris ainda mais cinzenta porque era a preto e branco. Gostei imenso que o Carlos trouxesse essa recordação.
ResponderEliminarCuriosamente li-o sempre sob um excelente bom tempo o que me dificultava o sentimento a que me habituara de uma narrativa carregada nevoeiro, chuva e humidade
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