Acabei de ler o romance policial "O Mistério do Quarto Amarelo" do francês Gaston Leroux autor da famosa obra "O fantasma da ópera" que serviu de base a um dos maiores sucessos mundiais do género dramático musical.
Quando optei por comprar esta obra, junto com outra do mesmo tipo, esteve na base não só o desejo de minha mãe em ler um romance policial, como também o facto de na minha adolescência ter sido este o género que me manteve preso à leitura, precisamente através desta coleção de livros de bolso e baratos cujas obras agora voltaram a ser reeditadas ao fim de várias décadas e nas mesmas condições. É verdade que o meu gosto de ler depois amadureceu para outros estilos e formas mais complexas, profundas e com maior exigência no reconhecimento do respetivo valor literário por agentes culturais. Foi então um revisitar o tipo de obras da juventude e apesar de já não ler de forma igual ao passado, pelo que a análise do texto e as técnicas da narrativa merecem-me agora uma posição crítica bem diferente e já não aprecio de forma igual certos malabarismos, mesmo assim foi agradável esta leitura de entretenimento fácil e um tipo de experiência que penso repetir.
O Mistério do Quarto Amarelo, enquadra-se naquele estilo de obra onde uma tentativa de crime ocorre num espaço fechado que torna inexplicável a fuga do culpado e onde todas as testemunhas podem ser suspeitas do ato, até que um génio na resolução de enigmas vai recolhendo pistas em paralelo com os investigadores oficiais, a recolha de provas e a ocorrência de outros acontecimentos que parecem fisicamente impossíveis, junto com a capacidade de observação metódica do protagonista leva a que este consiga não só reconstituir toda as situações, como ilibar inocentes acusados pela justiça seguidora dos métodos tradicionais.
Um texto simples, com uma sequência empolgante e momentos de suspense, com uma escrita escorreita numa trama agradável para o género em que se enquadra e bem estruturada e por isso considerado por muitos como um clássico da literatura policial do início do século XX, com referências assumidas a Conan Doyle e a Edgar Poe. Gostei.
acho que eu ando precisando me distrair ocm livros policiais. beijos, pedrita
ResponderEliminarPedrita
ResponderEliminarPor vezes é mesmo preciso, é como uma período de relaxe que depois recupera forças para outras leituras.
Na juventude também colecionei vampiros. Actualmente também gosto de mediar leituras mais complexas com o prazer dos policiais, daí ter comprado livros da Agatha Christie e dos novos autores nórdicos.
ResponderEliminarJoaquim
ResponderEliminarDurante anos rejeitei este tipo de leituras, por as ter achado juvenis, agora fui dar uma espreitadela precisamente por os vampiros terem sido reeditados. Nenhum dos meus escritores favoritos de então eram estas, mas serviu a experiência. Ainda tenho outro em casa para mim mãe ler. A comprar mais algum terá de ser daqueles autores que mais gostava: Agatha, Rex Stout, Standley Gardner entre outros, aí poderei comparar com maior segurança.
Oi Carlos,
ResponderEliminarLegal conhecer um pouco da sua formação como leitor. Já eu, comecei a ler por um caminho totalmente inverso, em alguma outra oportunidade conto.
Quanto aos policiais, li pouco, a contar nos dedos, mas pretendo reparar isso.
Abs.
Kelly
ResponderEliminarQuando criança havia aqui em Portugal uma fundação cultural, Gulbenkian, (ainda existe mas hoje penso que já não faz este serviço) que passava pelas terras rurais com livros para emprestar mensalmente, minha mãe requisitava os seus romances e eu os de criança, depois ao crescer comecei a comprar livros e esta coleção era muito barata a acessível literariamente.