Excertos
"Na realidade, meus filhos, paroquianos, constituímos um bizarro exército. Temos a desfaçatez de perseguir segredos que, no fundo, mais não são do que os enigmas da nossa própria vida.""Uma vez li que o homem não nasceu para resolver o problema do mundo mas sim para averiguar em que consiste esse problema..."
"A Tábua de Flandres", do espanhol Pérez-Reverte, é um romance onde o autor junta o género policial, enigma/charada e crime a uma boa escrita trabalhada com estilo, fazendo numerosas referências culturais, neste caso música e pintura, e ainda adiciona momentos de reflexão e de análise psicológica com as personagens, tornando o livro numa boa obra literária.
Júlia, uma restauradora de arte, trabalha numa pintura em madeira com 300 anos de van Huys, pertencente a uma coleção privada e destinada a um leilão que representa uma partida de xadrez. Ela descobre sob a tinta a questão oculta sobre quem matou o cavaleiro, iniciando-se uma charada cuja resposta estará nas jogadas antecedentes ao exposto na tela. A presença da mensagem escondida valoriza o quadro e durante os esforços de resolução ocorre uma morte associada a um desafio para a continuação da partida, há assim sobreposição de um crime no passado e assassinatos no presente. Um jogador é convidado a desenrolar a partida enquanto a polícia se perde entre questões fúteis face às considerações discutidas pelas personagens centrais da trama, as regras e o simbolismo são a chave de tudo e indiciam o risco de vida para Júlia.
Além da boa escrita, reflexões e análise de enigmas lançadas com as estratégias e regras do xadrez, o autor consegue até manter o interesse do leitor por várias dezenas de páginas após se desvendar os mistérios, isto porque Pérez-Reverte concilia a técnica do suspense policial com os ingredientes da boa literatura, agradando não só os leitores de obras de ação, como outros mais exigentes literariamente.
Júlia, uma restauradora de arte, trabalha numa pintura em madeira com 300 anos de van Huys, pertencente a uma coleção privada e destinada a um leilão que representa uma partida de xadrez. Ela descobre sob a tinta a questão oculta sobre quem matou o cavaleiro, iniciando-se uma charada cuja resposta estará nas jogadas antecedentes ao exposto na tela. A presença da mensagem escondida valoriza o quadro e durante os esforços de resolução ocorre uma morte associada a um desafio para a continuação da partida, há assim sobreposição de um crime no passado e assassinatos no presente. Um jogador é convidado a desenrolar a partida enquanto a polícia se perde entre questões fúteis face às considerações discutidas pelas personagens centrais da trama, as regras e o simbolismo são a chave de tudo e indiciam o risco de vida para Júlia.
Além da boa escrita, reflexões e análise de enigmas lançadas com as estratégias e regras do xadrez, o autor consegue até manter o interesse do leitor por várias dezenas de páginas após se desvendar os mistérios, isto porque Pérez-Reverte concilia a técnica do suspense policial com os ingredientes da boa literatura, agradando não só os leitores de obras de ação, como outros mais exigentes literariamente.
gosto do gênero, fiquei curiosa. não curti a capa. beijos, pedrita
ResponderEliminarEste já é o 3.º livro dele que leio, gostei de todos, são boas obras de entretenimento com elevação cultural e gosto.
ResponderEliminarA capa em Espanha parece-me bem mais feliz, suspeito que esta se baseia no filme "Uncovered" que resultou do livro.