"O livro de Jón", do Islandês Ófeigur Sigurdsson, é um romance epistolar constituído por mais de duas dezenas de cartas escritas por Jón à sua mulher durante o período da erupção do vulcão Katla de 1755 (a maior que há memória nesta ilha desde o povoamento e que teve um impacte climático planetário) e enquanto se encontrava refugiado numa gruta a sudeste deste, por um motivo pessoal e anterior à catástrofe, no local onde não só construiu a sua habitação, como inclusive um hospital e acolheu alguns dos maiores cientistas e pensadores daquele povo naquela época.
Apesar de ser uma obra ficcional, grande número das personagens, incluindo Jón, tiveram existência real e o autor aproveita este estilo não só para descrever muitos dos problemas sociais, económicos e políticos da Islândia de então, como mostrar a mentalidade, usos e costumes deste povo insular e ainda fazer uma descrição literária da erupção do Katla e dos seus efeitos catastróficos, inclusive responsabilizando-a do terramoto de Lisboa igualmente descrito com grande força. Contudo a obra mistura realidade, sonhos e uma natureza que por vezes é mágica.
A escrita é acessível, muito poética, sentimental e o romance é pequeno, embora por vezes os parágrafos seja extensos, só não temos o eco das cartas na mulher amada, nem se vem a saber se de facto estas chegaram à destinatária. Gostei da obra e recomendo, até pela descrição da erupção, sobretudo das enxurradas glaciares resultantes do contacto do magma quente com a calote de gelo que cobre a ilha nesta zona, originando assim os "jökullhlaups", vivamente descritos no livro.
parece muito interessante. beijos, pedrita
ResponderEliminarConfirmo que é interessante, mais ainda pelas descrições sociais e para quem se motiva com vulcanologia como é o meu caso.
ResponderEliminarpois é, foi aí a curiosidade. um livro que fala de vulcão. foi isso que mais me interessou. mas não sei se leria exatamente pelo motivo que mencionou. falei de livro no meu blog.
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