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sexta-feira, 18 de julho de 2014

"No céu não há limões" de Sandro William Junqueira


Acabei de ler "No céu não há limões" de Sandro William Junqueira, um escritor português na nova geração que começa agora a tornar-se conhecido e comentado. Pessoalmente penso que é daqueles livros que será o tempo a dizer se foi um grande obra revolucionária com uma escrita e estrutura original ou fruto de um estilo de sucesso e de elogios de moda e passageiros.
Comecei por gostar muito da escrita com figuras de estilo geradoras de imagens bem diferentes do tradicional, depois pareceu-me que era um desenrolar de frases fortes que se queriam originais, construíam uma história, cujo enredo era secundário e se desenrolava ao ritmo da inspiração do momento.
O romance em estilo distópico passa-se num país imaginário em guerra civil na frente (terra do meio) por a solidariedade dos mais afortunados (norte) ter sido cortada pelo "cansaço" com a parte do estado vítima de uma série infortúnios (sul), pelo meio um conjunto de personagens trabalhadas, mais ou menos invulgares, entre as quais se desenvolvem vários laços de subserviência, de domínio psicológico ou físico e por vezes com passado e futuro em aberto, tal como o romance e onde o combate entre o bem e o mal em termos religiosos está sempre presente. 
Um livro que seguramente desperta paixões em quem gosta de novidades de forma, se sente atraído pelo estilo ou anda em busca daquela obra que marque a diferença das outras. Noutros, como eu, despertará algumas dúvidas de consistência do romance e da sujeição da trama aos interesses da escrita, talvez também surjam quem simplesmente desgoste. Existem alguns aspetos no estilo e na forma que fazem lembrar Gonçalo M. Tavares e penso que vale a pena ler e cada um ajuizar individualmente. Apesar de algumas dúvidas, confesso que mantive o meu interesse em vir a ler outros trabalhos do escritor.
Ouvi o editor dizer esta semana na televisão sobre o livro algo do género: "Um romance tipicamente do século XXI." Será por aqui que seguirá a literatura?

2 comentários:

  1. o nome e a capa são inspiradores. fiquei curiosa. beijos, pedrita

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  2. Ele tem outro livro que também provocou alguns elogios rasgados por cá "Um piano para cavalos altos" caso o encontre por aí no Brasil pode ser a primeira oportunidade para conhecer este novo escritor.

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