O texto, escrito no estilo de fluxo da consciência, resulta num caudal torrencial de ideias, questões e revoluções da mente que mais não são que a busca sobre o que é a plenitude da vida e do ser, bem como a ânsia de alcançar a comunhão ou numa transubstanciação do eu com a raiz das coisas, com a essência do universo, da alma ou de Deus, mas sem se atrever a definir nenhum deles e sobretudo este último, pois tal seria contê-lo nas nossas limitações e cobri-lo com o tempero a que nos habituámos a ver, ouvir, saborear e a sentir o que nos cerca.
Tal avalanche não torna o livro fácil, antes pelo contrário, e o incidente que desencadeia este turbilhão pode-nos dar a volta ao estômago, provocar-nos náuseas, vómitos e é um murro que nos deixa zonzos, perdidos, mas que só nos pretende levar a reencontrarmo-nos e a ter vontade de mais:
"Provação. Agora entendo o que é provação. Provação: significa que a vida está me provando. Mas provação: significa que eu também estou provando. E provar pode se transformar numa sede cada vez mais insaciável."
"Provação. Agora entendo o que é provação. Provação: significa que a vida está me provando. Mas provação: significa que eu também estou provando. E provar pode se transformar numa sede cada vez mais insaciável."
Descobrir Lispector através desta paixão é provar um bom escritor, um existencialista que deve ser único na nossa língua e no universo literário, mas não um mundo de facilidades...
eu tenho muita vergonha de não ter lido esse. adoro clarice. beijos, pedrita
ResponderEliminarainda vai a tempo de acabar com essa vergonha, aproveite a oportunidade ;-)
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