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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vulcões de Lama (4) catástrofes e verdades científicas

Contrariamente aos Açores, uma zona de afastamento de placas e onde a crosta e as ilhas são essencialmente de origem vulcânica; nas regiões de placas convergentes, existem formações vulcânicas e fracções significativas de rochas com origem em sedimentos, viabilizando a ocorrência em locais próximos de erupções vulcânicas magmática, jazigos de hidrocarbonetos e ainda vulcões lama.
Na confluência destes ambientes geológicos, o homem pode acidentalmente provocar mesmo um vulcão de lama e foi o que aconteceu na ilha de Java.



Considerada como a ilha mais vulcânica do mundo, uma perfuração para extrair hidrocarbonetos, em Sidoarjo - Java Oriental, originou o vulcão de lama agora chamado de Lusi, cuja erupção foi sem dúvida uma das maiores catástrofes do género, onde a dimensão está bem expressa nos vídeos deste post.




Assim e para terminar esta série, despoletada pela descoberta de uma possível cratera de impacte a sul dos Açores, que alguns consideram resultar de um vulcão de lama, tenho a dizer que tenho dúvidas sobre esta possibilidade, dada as dimensões do "ovo estrelado" e características geológicas da região. A ser, algumas verdades científicas serão abaladas e este foi um dos objectivos da sequência, alertar que em ciências as certezas não são definitivas e hipóteses que nos parecem estranhas podem muitas vezes são mecanismos do avanço do conhecimento. Também era verdade que o Sol andava à volta da Terra! Não era tão evidente da observação dos factos naquela época?
As surpresas em ciências hoje ainda acontecem e os Açores têm sido fonte de várias e eu até conheço uma teoria que justificava tal hipótese, mas sempre a considerei aberrante para a aceitar... se calhar um dia lá terei de ceder.

Links
Glossário da USGS
Vulcões de lama
A erupção de Lusi
Sidoarjo Mud Volcano
Hidrato de Metano

5 comentários:

  1. Confesso que nunca tinha ouvido falar nos vulcões de lama. Muito interessante.
    Realmente, nada do que conhecemos em ciência pode ser considerado como verdade absoluta. usando um clichê: "tudo é relativo".
    Denise

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  2. aos incansáveis
    Também ouvi falar disso há relativamente pouco tempo, quando andei na faculdade nunca se tocou em tal assunto, mas também a Universidade de Lisboa não tinha a vulcanologia como uma das componentes importantes dos curricula.
    Algum tempo após ter conhecimento do que eram os vulcões de lama e não ter pensado da sua possibilidade de existirem nos Açores, surgiu a notícia do ovo estrelado e fui estudar um pouco mais sobre o assunto, depois iniciei esta série de postes, mas confesso que achei o tema interessante e deve ser ainda mais para biólogos de extremófilos e para geólogos de hidrocarboneto e hidratos de gás.
    Mas uma ideia forte da série era também deixar claro que nem sempre as hipóteses que nos parecem absurdas são-no na realidade.

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  3. Não conhecia este caso indonésio. Na maioria dos furos é previsível encontrar sobre e sub-pressões, onde a geofísica dá uma ajuda. Muitos furos são dimensionados tendo em conta as teóricas variações de pressão, que condicionam todas as operações, nomeadamente as de casing (colocação de tubagem por secções, pré-definido nos projectos).

    Uma camada teoricamente problemática origina diferenças de pressão detectáveis quase instantaneamente por quem está a furar. O que se passou neste caso é raro, pelo que sei, e tenho quase a certeza que a companhia tem dados suficientes para saber o que realmente se passou.

    Não sei o que chegou às comissões técnicas e até pode ser difícil de o provar, mas todos os indícios apontam para influência directa do furo nessa erupção. Sabendo a priori o que lá poderia andar e ainda para mais sendo em zona residencial, imagino que num país mais civilizado nunca deixariam que o furo se efectuasse...

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  4. @ rj
    calculei que andasses por longe por nunca teres intervido na série e por calcular que o assunto te interessasse devido à relação com os hidrocarbonetos.

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  5. Tenho estado meio ocupado com outras coisas, apesar de andar por cá já há algum tempo. Infelizmente também tenho tido menos disponibilidade para as minhas leituras blogosféricas.

    PS: Ando a tentar sair do país outra vez, mas por acaso não precisam de engenheiros aí nos Açores?

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