No seio de um templo de Lisboa, com um exterior muito simples e austero, esconde-se aquele que para mim é o mais belo tesouro artístico e com o melhor aproveitamento da geodiversidade em termos decorativos das igrejas da capital. (clique nas imagens para as ampliar)
Além das numerosas pinturas que cobrem todas as paredes e o tecto, vários altares laterais apresentam uma magnífica talha dourada que se situa ao nível do melhor que há nesta cidade.
Mas o requinte máximo deste templo está no aproveitamento da diversidade de rochas ornamentais e de minerais semipreciosos vindos do Brasil para a execução de uma decoração magnífica, com um nível artístico ímpar e difícil de encontrar mesmo nas maiores capitais europeias, tanto no que se refere ao pormenor, como à qualidade artística dos trabalhos.
Fora das telas e da talha, a diversidade de cores e texturas é conseguida, sobretudo, pelo recurso a rochas e minerais, pelo que este é também o expoente máximo do uso da geodiversidade litológica e mineralógica do país em termos artísticos.
Isto tudo num imóvel que nem é um monumento de grandes dimensões que chame à atenção dos transeúntes, nem é reconhecido por muitos como um dos ex-libris de Lisboa e nem é muito divulgado dentro de Portugal.
Neste post uma pergunta fica no ar: quantos são capazes de identificar este tesouro nacional e já o visitaram?
eu sempre gosto de visitar pontos históricos, até mesmo em minha cidade. adoro fotos de viagens. beijos, pedrita
ResponderEliminarsuponho que seja uma igreja do reinado de D.João V...
ResponderEliminarA época do desperdício, do barroco e luxo em Portugal... pelo menos para quem tinha posses.
Aquilo branco é Marfim?!
à pedrita
ResponderEliminaristo não é apenas uma sítio histórico... é uma obra de arte ao nível do melhor que há na europa.
ao grifo
falhou, o João V fazia obras imponentes e já da fase do neoclassisismo, isto é mais antigo e jesuíta, como não podia deixar de ser, humilde por fora e majestoso por dentro, típico da contra-reforma da igreja.
Há marfim na sacristia na mobília. nos paineis das paredes da igreja pode haver, mas desconheço, predomina a ROCHA E O MINERAL.
há ainda um museu contíguo ao templo.
Igreja de S. Roque
ResponderEliminarAcertou!
ResponderEliminarAcredito que mais alguns visitantes desta página acertariam, mas não se pronunciaram, mas a maioria desconhece este tesouro.
A confirmar a lacuna dos lusofalantes, a wikipedia (com os imperfeições que alguns sabem que tem) fornece uma informação pobre sobre esta igreja na versão portuguesa, mas a versão em inglês é muito mais completa, provando como os estrangeiros valorizam mais o que é nosso.
http://en.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_S%C3%A3o_Roque
Realmente... não chegava lá sem ajuda.
ResponderEliminarÉ que eu raramente entro mais do que uma vez na mesma igreja e não conseguia situar as imagens. Ia arriscar dizer que era a de Sto. António, mas ia saír disparate :P
Quanto aos estrangeiros valorizarem mais do que nós o que é nosso, não deixa de ser verdade. Mas, neste caso, creio que a falta de informação em Português se deve mais à perguiça e/ou relutância da parte dos entendidos no assunto em utilizar a wikipédia...
à basimah
ResponderEliminarseja bem aparecida por estas páginas, espero que volte mais vezes e deixe as suas impressões por cá.
Penso que de facto o último aspecto que mencionou também deve ter a sua cota parte na lacuna detectada na wikipédia em português.
Bem, eu vou ser sincera, não tenho relutância nenhuma em utilizar a wikipédia para pesquisas.
ResponderEliminarAgora, perguiça em contribuír com conteúdos, isso tenho de confessar q tenho e aí já me posso incluír no grupo de Portugueses que deveria ser mais participativo na wikipédia e não o é. Já pensei nisso muitas vezes, mas perguiça vence sempre :)
pois a preguiça é mesmo uma coisa muito feia.... anda dê lá a sua contribução naquilo que puder e souber.
ResponderEliminarEm primeiro lugar, devo confessar que não identifiquei imediatamente a igreja - em minha defesa, estou doente! ;)
ResponderEliminarEm segundo lugar, realmente a construção da igreja de São Roque não é do reinado de D. João V, mas anterior, do séc. XVI. No entanto, o Grifo acertou em parte, visto que a Capela de São João Baptista (na última foto do post) é, de facto, encomenda de D. João V. E, apesar do imenso fausto que a caracteriza, merece ser vista ao vivo. É que, Grifo, o "quadro" que se vê nessa última imagem é, na verdade, um enorme mosaico e não uma pintura, ou seja, é feito com miríades de pequenas pedras, uma obra magnífica!
As pedras utilizadas nesta capela são mármores, ágatas :) , lápis lazuli e outras semelhantes, juntamente com bronze, etc. Grifo, penso que o branco a que te referes é mármore de Carrara, já que o marfim é um material mais raro, normalmente utilizado em obras mais pequenas, como peças de mobiliário.
Para mais informações (fidedignas, apesar de não contestar a utilidade da Wiki), fica aqui o link para a página do IPPAR relativa a esta Igreja:
http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=71215
P.S.-O Miguel, que acertou na igreja, acrescenta que a Capela de São João Baptista é dada como um dos exemplos máximos do Barroco em Portugal nas aulas de História da Arquitectura.
à Ma-nao
ResponderEliminarobrigado pelos pormenores e informações adicionadas, bem como o link.
Segundo, eu não sabia que a capela era mencionada nas aulas da história da arquitectura, mas que é de facto um exemplo máximo do Barroco e de uma riqueza que poucos no país conhecem... é.