Páginas

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

UM TESOURO LISBOETA NUM HINO À GEODIVERSIDADE

No seio de um templo de Lisboa, com um exterior muito simples e austero, esconde-se aquele que para mim é o mais belo tesouro artístico e com o melhor aproveitamento da geodiversidade em termos decorativos das igrejas da capital. (clique nas imagens para as ampliar)
Além das numerosas pinturas que cobrem todas as paredes e o tecto, vários altares laterais apresentam uma magnífica talha dourada que se situa ao nível do melhor que há nesta cidade.
Mas o requinte máximo deste templo está no aproveitamento da diversidade de rochas ornamentais e de minerais semipreciosos vindos do Brasil para a execução de uma decoração magnífica, com um nível artístico ímpar e difícil de encontrar mesmo nas maiores capitais europeias, tanto no que se refere ao pormenor, como à qualidade artística dos trabalhos.

Fora das telas e da talha, a diversidade de cores e texturas é conseguida, sobretudo, pelo recurso a rochas e minerais, pelo que este é também o expoente máximo do uso da geodiversidade litológica e mineralógica do país em termos artísticos.
Isto tudo num imóvel que nem é um monumento de grandes dimensões que chame à atenção dos transeúntes, nem é reconhecido por muitos como um dos ex-libris de Lisboa e nem é muito divulgado dentro de Portugal.

Neste post uma pergunta fica no ar: quantos são capazes de identificar este tesouro nacional e já o visitaram?

11 comentários:

  1. eu sempre gosto de visitar pontos históricos, até mesmo em minha cidade. adoro fotos de viagens. beijos, pedrita

    ResponderEliminar
  2. suponho que seja uma igreja do reinado de D.João V...

    A época do desperdício, do barroco e luxo em Portugal... pelo menos para quem tinha posses.

    Aquilo branco é Marfim?!

    ResponderEliminar
  3. à pedrita
    isto não é apenas uma sítio histórico... é uma obra de arte ao nível do melhor que há na europa.

    ao grifo
    falhou, o João V fazia obras imponentes e já da fase do neoclassisismo, isto é mais antigo e jesuíta, como não podia deixar de ser, humilde por fora e majestoso por dentro, típico da contra-reforma da igreja.
    Há marfim na sacristia na mobília. nos paineis das paredes da igreja pode haver, mas desconheço, predomina a ROCHA E O MINERAL.
    há ainda um museu contíguo ao templo.

    ResponderEliminar
  4. Acertou!
    Acredito que mais alguns visitantes desta página acertariam, mas não se pronunciaram, mas a maioria desconhece este tesouro.
    A confirmar a lacuna dos lusofalantes, a wikipedia (com os imperfeições que alguns sabem que tem) fornece uma informação pobre sobre esta igreja na versão portuguesa, mas a versão em inglês é muito mais completa, provando como os estrangeiros valorizam mais o que é nosso.
    http://en.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_S%C3%A3o_Roque

    ResponderEliminar
  5. Realmente... não chegava lá sem ajuda.

    É que eu raramente entro mais do que uma vez na mesma igreja e não conseguia situar as imagens. Ia arriscar dizer que era a de Sto. António, mas ia saír disparate :P

    Quanto aos estrangeiros valorizarem mais do que nós o que é nosso, não deixa de ser verdade. Mas, neste caso, creio que a falta de informação em Português se deve mais à perguiça e/ou relutância da parte dos entendidos no assunto em utilizar a wikipédia...

    ResponderEliminar
  6. à basimah
    seja bem aparecida por estas páginas, espero que volte mais vezes e deixe as suas impressões por cá.
    Penso que de facto o último aspecto que mencionou também deve ter a sua cota parte na lacuna detectada na wikipédia em português.

    ResponderEliminar
  7. Bem, eu vou ser sincera, não tenho relutância nenhuma em utilizar a wikipédia para pesquisas.

    Agora, perguiça em contribuír com conteúdos, isso tenho de confessar q tenho e aí já me posso incluír no grupo de Portugueses que deveria ser mais participativo na wikipédia e não o é. Já pensei nisso muitas vezes, mas perguiça vence sempre :)

    ResponderEliminar
  8. pois a preguiça é mesmo uma coisa muito feia.... anda dê lá a sua contribução naquilo que puder e souber.

    ResponderEliminar
  9. Em primeiro lugar, devo confessar que não identifiquei imediatamente a igreja - em minha defesa, estou doente! ;)
    Em segundo lugar, realmente a construção da igreja de São Roque não é do reinado de D. João V, mas anterior, do séc. XVI. No entanto, o Grifo acertou em parte, visto que a Capela de São João Baptista (na última foto do post) é, de facto, encomenda de D. João V. E, apesar do imenso fausto que a caracteriza, merece ser vista ao vivo. É que, Grifo, o "quadro" que se vê nessa última imagem é, na verdade, um enorme mosaico e não uma pintura, ou seja, é feito com miríades de pequenas pedras, uma obra magnífica!
    As pedras utilizadas nesta capela são mármores, ágatas :) , lápis lazuli e outras semelhantes, juntamente com bronze, etc. Grifo, penso que o branco a que te referes é mármore de Carrara, já que o marfim é um material mais raro, normalmente utilizado em obras mais pequenas, como peças de mobiliário.
    Para mais informações (fidedignas, apesar de não contestar a utilidade da Wiki), fica aqui o link para a página do IPPAR relativa a esta Igreja:
    http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=71215
    P.S.-O Miguel, que acertou na igreja, acrescenta que a Capela de São João Baptista é dada como um dos exemplos máximos do Barroco em Portugal nas aulas de História da Arquitectura.

    ResponderEliminar
  10. à Ma-nao
    obrigado pelos pormenores e informações adicionadas, bem como o link.
    Segundo, eu não sabia que a capela era mencionada nas aulas da história da arquitectura, mas que é de facto um exemplo máximo do Barroco e de uma riqueza que poucos no país conhecem... é.

    ResponderEliminar