Estabelecer acordos entre países de expressão oficial portuguesa sobre o modo de escrita da língua de Camões, com a desculpa da necessidade de uniformizar o português para vencer os desafios da modernidade, independentemente se tal acontece ou não na realidade com as novas regras, enquanto se ignora como criar as novas palavras de português técnico é sempre uma forma coxa de modernizar a língua.
O clinker ou clinquer dos geólogos, o BISCOITO para a muitos açorianos
Basta ler qualquer artigo científico de um investigador lusófono, quando ainda se atrevem a escrever na língua de Camões, para compreender a babel que é o português científico. Desde duplas grafias no criação de novas palavras, passando pela utilização de termos diferentes para descrever um mesmo fenómeno natural e terminando na grande carência de neologismos técnicos, que faz inundar os textos em português de palavras inglesas, cuja tradução literal muitas vezes faria envergonhar o autor do seu uso e desesperar qualquer purista sedento da oportunidade para um novo vocábulo fundado em raízes greco-latinas.
Todavia, irrita-me que a comunidade lusa sinta a necessidade de termos estrangeiros, enquanto ignora que, ao longo de centenas de anos, o povo, incluindo o ilhéu, já tinha palavras de uso diário exactamente para descrever as mesmas coisas... o clinker ou clinquer dos geólogos, diz-se em puro açoriano: BISCOITO, tendo em conta a semelhança morfológica com alguns tipos de massa de cozinha.
Digam-me lá se não é mais bonito e descritivo dizer que uma escoada basáltica tem uma cobertura de biscoitos, no lugar de uma camada de clinker?
Todavia, irrita-me que a comunidade lusa sinta a necessidade de termos estrangeiros, enquanto ignora que, ao longo de centenas de anos, o povo, incluindo o ilhéu, já tinha palavras de uso diário exactamente para descrever as mesmas coisas... o clinker ou clinquer dos geólogos, diz-se em puro açoriano: BISCOITO, tendo em conta a semelhança morfológica com alguns tipos de massa de cozinha.
Digam-me lá se não é mais bonito e descritivo dizer que uma escoada basáltica tem uma cobertura de biscoitos, no lugar de uma camada de clinker?
o argumento para unificar o idioma é para que se torne um dos maiores do mundo. me incomoda muito essa mania moderna de termos que ser os maiores. quanto a unificação da língua pra facilitar intercâmbio de livros pode ser interessante. mas são tão tênues as diferenças, que mais parecem desculpa de falta de interesse de interagir nossas culturas. beijos, pedrita
ResponderEliminarAcho a língua uma parte da nossa cultura, modificada por dinheiro devia ser crime.
ResponderEliminarSim por acaso é mais bonito dizer Biscoito...
Sem dúvida que é muito mais poético. O problema da escrita científica é que por vezes tem que dar a entender que já se leu muito e que até se sabe um conjunto de nomes novos, qe o simples cidadão será incapaz de entender..No fundo, quanto mais complicada for a escrita, mais inteligente poderá ser considerado o seu autor......
ResponderEliminarà pedrita
ResponderEliminara mim não me chocam acordos desde que bem feitos, quanto à perspectiva de grandeza, não sei se será um bom motivo. no que respeita às diferenças gráficas já estou habituado, as de sintaxe atrapalham-me mais. mas independentemente de acordo, há que pensar no português dos artigos técnicos e aí julgo que há muito a fazer.
ao grifo
penso que neste caso estás a querer dizer: "modificar a grafia por motivos económicos"; eu não sei se deve ser crime, mas preferia que a evolução se desse de uma forma natural e da cooperação dos povos. mas o que me preocupou neste "post" foi mesmo o português técnico: falta de palavras, como por exemplo "post" não pode ser mensagem, upload pode ser carregar, mas julgo que no brasil não se diz assim, download dizemos descarregar, no brasil julgo que é baixar. este tipo de situação é mais grave em ciências e tecnologia, onde se importam palavras havendo-as na nossa língua. por isso a brincar falei do caso do biscoito. Quando estudei também não havia bagacina... era lapilli e exemplos não faltam.
ao desambientado
concordo perfeitamente contigo e ao seres um investigador conheces o problema bem melhor que eu que apenas denunciei enquanto bricava com o assunto.
Tenho conhecimento que alguns Professores da UA, nomeadamente Drª Zilda França, Dr Carlos Nunes e Dr Victor Hugo tinham a intenção de fazer o registo do termo "biscoito", na comunidade científica, pelo menos foi dito numa das Jornadas Internacionais de Vulcanologia da Ilha do Pico.
ResponderEliminarà nanda
ResponderEliminarIsto não é bem uma questão de registo é mais uma questão da comunidade científica usar termos em português e aproveitar as palavras já existentes, bem como as entidades responsáveis pela nossa língua, nos diferentes países que a falam, começarem a se preocuparem verdadeiramente com o português técnico. o termo biscoito foi apenas um pretexto para brincar e dar um exemplo concreto do problema existente ao nível do português técnico, ou seja, a brincar dizer dizer a verdade e chamar a atenção da situação
Toda a razão.
ResponderEliminarPor mim, penso que nunca irei aplicar a nova ortografia...e suportarei as consequências.
ao josé quintela
ResponderEliminarcomo trabalho para um organismo oficial, terei de utilizar a grafia oficial nos documentos públicos que utilizo, pelo que será mais fácil adoptar a oficial, mas tal não resolve a lacuna ao nível do português técnico para que chamei à atenção
Estava eu a fazer pesquisas sobre o suposto "Português Ciêntífico" e vim aqui parar.
ResponderEliminarA primeira ideia que me veio à cabeça foi: vou publicar isto no facebook, quem sabe não nasce um movimento "pró-biscoitos"...
Tudo de bom e que venham muitos, muitas publicações ;)
Este post já é tão antigo que até já nem me lembrava da sua existência. Podes sempre publicar no facebook se o desejares, tirando o que aqui tem identificação de autor, tudo o resto é público.
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