As ilhas vulcânicas nascem no fundo do mar, por vezes mesmo a grandes profundidades, a partir de erupções, inicialmente quase imperceptíveis aos humanos, pois a espessa camada de água impede o aparecimento de sinais da actividade do vulcão à superfície do oceano.
Numerosos montes submarinos no Atlântico Nordeste, para além dos arquipélagos da Macaronésia. Imagem wikimedia
Muito devagar, mesmo de um modo descontínuo no tempo, durante milhões de anos a lava vai-se empilhando à volta destas chaminés e construindo estruturas em forma de cone. Primeiro muito pequenos, com uma largura relativamente grande face à altura, mas aos poucos vão crescendo, as suas vertentes tendem a ficar mais inclinadas e transformam-se em Montes Submarinos (Seamounts em inglês).
Imagem tridimensional da batimetria de um monte submarino, vendo-se a cratera no topo. Imagem proveniente nas condições descritas na wikimedia
O cimo dos Montes Submarinos continuam a receber mais produtos vulcânicos e ficam cada vez mais próximos da superfície do oceano, as ocorrências eruptivas começam a dar os primeiros sinais à tona de água: alterações da cor do mar, peixes mortos, variações de temperatura, projecções de blocos de rocha. São erupções semelhantes àquela que ocorreu em 1998/99 junto à ponta da Serreta na Terceira...
Erupção da Serreta, onde se podem observar "bolhas" de lava cheias de gases quentes emitidas pela chaminé em profundidade. Foto extraída da referência (1)
Durante alguns períodos os vulcões ficam adormecidos, mas de tempos a tempos acordam e retomam a sua actividade, os montes submarinos continuam a crescer mais um pouco e criam baixios ou bancos submarinos, como é o caso do Banco Dom João de Castro nos Açores, que podem tornar-se perigosos para a navegação, pois os barcos arriscam-se a encalhar ou naufragar e onde, em condições favoráveis, se instalam corais.
Baixios poucos profundos visto do ar, dispostos concentricamente indiciando a forma da cratera e provavelmente cobertos de corais. Foto wikimedia
As erupções submarinas, quando o topo da chaminé já se situa a pequena profundidade, frequentemente são explosivas, gerando a emissão de jactos de cinzas, blocos de lava e vapor, devido à espessura da massa de água já não conseguir "abafar" a força do vulcão.
Erupção submarina pouco profunda, foto proveniente da referência (2)
Felizmente a erupção pode continuar e o cimo do cone um dia passa a cima do nível do mar, já não é mais um monte submarino, nem um baixio ou um banco... nasce uma nova ilha e o vulcão pode continuar a construir os maiores picos da terra ou as elevações mais altas de muitos países, como aconteceu em Portugal com o Vulcão do Pico.
O cone vulcânico do Pico, com 2351 m de altitude, situado na ilha do Pico e visto do Faial, o ponto mais elevado de Portugal
Referências
(1) - Forjaz, V. H.; Rocha, F. M.; Medeiros, J. M.; Meneses, L. F. & Sousa, C. (2000) "Notícias sobre o Vulcão Oceânico da Serreta, Ilha Terceira dos Açores" Ed. OGVA
(2) - Machado, F. & Forjaz, V. H. (1968) "Actividade Vulcânica do Faial - 1957-67" Ed. Com. Reg. Turismo Distrito da Horta
sobre vulcões eu já li vários textos. fiquei com vontade de ler esse livro jerusalém. beijos, pedrita
ResponderEliminarCaro Geocrusoe.
ResponderEliminarPassar por aqui é uma maravilhosa aventura: ficamos sempre a saber um pouco mais.
Ao lermos este post sobre os vulcões, veio de imediato à nossa memória o "Stomboli" que revimos recentemente.
Abraço cinéfilo
Olá!
ResponderEliminarBela explanação para uma aula.
Pedrita
ResponderEliminarjerusalém é de um autor contemporâneo jovem que está no topo da crítica literária portuguesa, o qual já recebeu numerosos prémios. este livro inclusive tem 3 prémios: dois em portugal e um no brasil e foi incluído no edição europeia dos 1001 livros para se ler antes de morrer... todavia a acção não é sobre jerusalém, nem nada relacionado com o médio oriente. qualquer forma comecei já em 2009 e estou a gostar da obra, mas é a primeira que leio de gonçalo m tavares... este parece-me estar ao nível de josé luis peixoto, outro escritor de referência actual que já li e adorei.
ao rui luis lima
pois os vulcões são muito cinematográficos, quer como actores, quer como cenários dos filmes... têm uma mística muito própria e eu que já corri algum risco durante uma erupção, não muito longe de stromboli, tenho-lhes uma estima muito grande, além da formação profissional, mas esta história vai ter mais episódios.
à nanda
talvez o início de um programa para várias aulas, pois o tema vai continuar com algumas variantes e descontinuidades temporais.
Belo post.
ResponderEliminarA ilhas vulcânicas lutam por sobreviver no meio da erosão...
ResponderEliminarAprender.
ResponderEliminarSempre.
Obrigado.
ao lc
ResponderEliminarobrigado
ao grifo
calma... já estás a antecipar os temas dos dois próximos post desta série ;-)
ao josé quintela
este blog tem também esse objectivo, por isso é bom ouvir que reconhecem esse desiderato
xD... desculpa... :P
ResponderEliminarMas algo de que gosto muito é geologia, faz parte de um dos meus dilemas... :P
No 9º ano chega á hora da decisão... biologia, geologia ou história??? se se pode.se ser tudo... ^^
ao grifo
ResponderEliminarnão faz mal... apenas mostrou que apanhaste a deixa logo a partir do primeiro episódio da série e isso é sinal de inteligência e de atenção à mensagem.
Quanto à escolha, o meu dilema não foi tão grande... gostava de história e ciências no seu todo (geologia, biologia, química e física) até me divertia com a matemática..., mas a indecisão foi pequena, pois para mim todas as outras circulavam em torno da sua aplicação na Geologia. Se fosse para começar de novo, sabes o que eu escolhia? Geologia claro!
Pelos vistos as ciências neste momento estão a ganhar aí por dois a um... talvez seja um sinal de tendência, mas isso só tu podes mesmo decidir, eu, quanto muito, mostro-te o mundo da geologia mas a decisão é tua.
pois... já tinha tinha escolhido história, mas voltei a ficar confuso... Bom, é verdade, a geologia tem um pouco de tudo, adoro o tema: Influencia de actividades vulcânicas, ou sísmicas, sobre a história da humanidade...
ResponderEliminarSabes o que tem de geologia relacionado sobre isso?
ao grifo
ResponderEliminarPara mim não foi tão difícil a escolha.Julgo que é mais fácil um geólogo se tornar historiador que este num geólogo, por as necessidades de formação técnica em geologia serem mais vastas, mas tal depende de cada um.
Bem, sobre a tua pergunta não vês o subtítulo do livro de ciência que estou a ler ?(o de cima é sempre literário o de baixo ciências) então eu traduzo-te "supervulcão, o acontecimento catastrófico que mudou a curso da história humana"
Julgo que me vai mostrar uma visão exagerada, mas a geologia sempre influenciou o rumo das civilizações.
Contudo para saberes o curso a escolher, talvez fosse melhor fazeres um teste psicotécnico e a tua escola deve ter alguém habilitado para isso. eu serei sempre tendencioso e não científico nessa área. Também tenho um amigo psicólogo que mora aí em Pedro Miguel, se precisares de uma ajuda fora da escola, ele talvez te dê uma mão.
pois... a psicóloga está gravida, e acho que por isso este ano não teste psicotécnico...
ResponderEliminarJulgo que deve haver alternativas...
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