O cone vulcânico do Pico, a maior elevação de Portugal, 2351 m de altitude, é constituído por um empilhamento de escoadas lávicas, onde a parte central de cada uma é frequentemente maciça, mas sujeita a fissuras, enquanto as partes mais externas são muitas vezes formadas por grãos soltos (clinker) semelhante a bagacina. Como na parte superior da Montanha existem vertentes muito inclinadas, ficam reunidas as condições para ocorrerem importantes movimentos de massa por acção conjunta da gravidade, da erosão das rochas, das chuvas, dos sismos e mesmo das explosões vulcânicas próximas.
Estes movimentos de massa, muitas vezes bruscos e catastróficos, ocorrem em muitos locais inclinados e deixar marcas nas vertentes em forma de superfícies escarpadas de perfíl côncavo, por vezes angulosas, conhecidas como cicatrizes de movimentos de massa.
Quando são recentes, a parte abaixo destas encontra-se desprovida de vegetação e na generalidade é evidente na base o depósito acumulado do material que escorregou.
Muitas vezes estes escorregamentos são precedidos de sinais no terreno como fissuras ou deformações da superfície do solo.
muito bonito, não entendo muito de geologia, mas gosto demais de rochas. beijos, pedrita
ResponderEliminarE notam-se bem as mais recentes.
ResponderEliminarOs escorregamentos em materiais vulcânicos não são o meu forte, mas podem-se inferir várias causas.
ResponderEliminarA fissuração cria planos de escorregamento preferenciais e/ou individualiza massas de terra e rocha que depois instabilizam. As fracturas que se vêem nas fotos são fendas de tracção.
A presença de materiais argilosos pode ser problemática se apanharem água (um efeito ao estilo "tosta mista" ou "manteiga"), mas penso que é pior quando se trata de rochas estratificadas (um estrato argiloso encaixado entre dois mais "duros").
O facto de haver grãos soltos pode criar zonas potenciais de fluência(termo técnico), causando torrentes de lama se vier uma chuva mais intensa. É sempre possível estimar a quantidade de sedimentos instabilizados e estimar o seu percurso em caso de liquefacção.
rj
ResponderEliminarNeste caso em concreto não há muitos materiais argilosos, devido às rochas serem ainda muito jovens e não haverem grandes depósitos de piroclastos finos, mas o efeito "tosta", embora não seja bem igual neste caso, tem importância, devido a existirem camadas desagregadas intercaladas e em superfícies inclinadas, onde até a pressão litostática gera instabilidades gravíticas.
Quanto a liquefacção ela ocorre por cá nos açores, mas por norma a altitudes mais baixas ou onde piroclastos finos ficam saturados de água, em qualquer caso exsitem colegas do Centro de Vulcanologia a estudarem movimentos de massa e modelação.
à pedrita
ResponderEliminarnão há problema, com as visitas vai descobrindo algumas coisas e noutras vê como a paisagem destas ilhas é bela.
josé quintela
lembra-se do que já aconteceu em s caetano e s mateus?, quando por lá passo lembro-me sempre de movimentos de massa.
Ora esta é uma área deveras interessante. Oxalá estes e outros escorregamentos estejam a ser devidamente monotorizados. Estou-me a lembrar também das Lajes do Pico.
ResponderEliminarao paulo pereira
ResponderEliminarnão sei quantos e quais as áreas estão a ser monitorizadas, mas considero as duas localidades acima mencionadas mais expostas a grandes movimentos de massa, tal não quer dizer que muitos outros locais no Pico não requeiram uma maior atenção.
Ao tempo que não passo aqui! Precisaria de imenso tempo para ler tudo.
ResponderEliminarQuanto às cicatrizes do Pico, de facto são impressionantes, especialmentes as vistas do lado de São João (creio eu).
O Monte Brasil, também tem imensas SLUMPING MARKS. Não sabia que se chamavam assim.
Aqui aprende-se sempre.
Bom fim de semana.
O Homem é um forte agente erosivo.Sou de opinião que as subidas à montanha, deveriam ser controloadas.
ResponderEliminarà nanda
ResponderEliminarconcordo exactamente com a palavra "controlado" que diz tudo neste caso em concreto.