Embora sejam festas de cariz religioso, desenvolveram-se ao abrigo de um braço de ferro entre a hierarquia da Igreja Católica e a fé popular, foi esta facção, devido ao seu forte enraizamento nas pessoas, quem venceu.
Por isso, nestas festas coexistem rituais tradicionais de cariz folclórico, como os foliões, e uma mistura de símbolos de raiz cristã, com outros de poder secular.
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A coroa central é a mais antiga e data do final século XIX, todavia comum a todas elas o seguinte:
Coroa com hastes, as mais antigas têm quatro, simbolo de poder imperial, uma forma de reconhecer ao Espírito Santo o poder máximo, o título de imperador.
Na junção das hastes há sempre uma Esfera encimada por uma Pomba, representando o domínio do Espírito Santo sobre a Terra e sobre o próprio poder imperial.
Junto a cada coroa há um bastão chamado Ceptro, o mesmo nome do bastão utilizado pelos monarcas, outro reconhecimento de autoridade real.
O ceptro tem na sua extremidade superior uma pomba, novamente um símbolo de realeza e hierarquia reconhecido ao Espírito Santo.
Algumas coroas sobre as hastes ostentam também uma Cruz, um sinal da ligação entre a fé no Espírito Santo e a fé em Cristo.
Uma particularidade no nordeste do Faial, onde se situa a Ribeirinha, é a existência de uma imagem de Santo António esculpida no Ceptro, uma mistura da fé em Deus e reconhecimento da intercessão do santo popular deste país. Patrono da localidade dos Espalhafatos da freguesia da Ribeirinha.
Nos próximos dias procurarei entre o apoio às festas e o tempo livre procurarei dar mais informações sobre a forma de como se expressa esta devoção pelos lados da Ribeirinha e da simbologia associada.
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