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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

"O Mistério do Comboio Azul" de Agatha Christie

Acabei de ler mais um policial de Agatha Christie "O Mistério do Comboio Azul". O multimilionário americano Van Aldin compra secretamente um rubi valioso em Paris, mas logo no momento é alvo de uma emboscada de que consegue escapar sem perda da pedra preciosa para oferecer à sua filha para a compensar da sua má relação com o marido interessado no dinheiro dela e com uma amante. Para resolver a situação o pai impõe o divórcio mas descobre que a sua herdeira também tem telhados de vidro por ter um amante de reputação duvidosa. Ao encontro do seu amante no sul de França viaja a filha no comboio azul onde se encontra com uma jovem dama de companhia que acaba de receber uma grande herança, esta curiosamente cruza-se com Poirot, mas ao chegar-se ao destino descobre-se que não só a filha foi assassinada como o rubi foi roubado, Quem de facto viajava no comboio e quem teve oportunidade de cometer o homicídio, quem lucrava? Terá sido o roubo e o assassinato cometido pela mesma pessoa? Poirot e Miss Grey irão cooperar naquilo que é para esta uma aventura real dos livros policiais que julgava apenas possíveis em ficção.

Como todas as obras de Agatha Christie, após pistas verdadeiras e erradas e suspeitos vários, no fim o génio Poirot não só consegue desmontar os factos, como a obra conduz a um mundo mais justo, onde os maus são castigados e os bons recompensados. Fácil de ler, gostei e recomendo a qualquer tipo de leitor.

domingo, 17 de outubro de 2021

"As Regras de Cortesia" de Amor Towles

 

Citação

"...sei que as escolhas certas são, por definição, o meio através do qual a vida cristaliza a perda."

Acabei de ler o romance "As regras de cortesia" do norteamericano Amor Towles, este é o segundo livro que leio desde escritor onde, com elegância através da narrativa, se percebe o sonho das personagens preservarem ou a lutarem por alcançar ambientes de luxo e o bem-estar das classes mais abastadas da sociedade, mas no respeito de uma ética e valores tradicionais.

Decorre a noite da passagem de ano de 1937/38 no coração de Manhattan Catherine Kontent e sua amiga Eve quase sem dinheiro nos bolsos procuram divertir-se, cruzam-se com um jovem de grande delicadeza e aspeto de riqueza, travam amizade da dá-se início a um ano de transformação total nas duas amigas, incluindo o convívio com gente afortunada enquanto a Europa mergulha na guerra. Afinal em Nova Iorque há espaço e oportunidade para todos os sonhos, enganos e desilusões Katey verá o melhor e o pior a que as pessoas podem escolher para satisfazer os seus anseios e a cortesia também pode ser uma das ferramentas para se atingir as metas da vida.

Uma narrativa que numa primeira perspetiva parece ser uma história cor de rosa e oca adequada à literatura romântica, ao glamour de gente socialite mas que no fundo está cheia de reflexões éticas e morais sobre as escolhas da vida, referência a clássicos da literatura, exposição da cultura musical dos anos 30 nos EUA e assim consegue compatibilizar a elegância e o entretenimento com uma análise sociológica e abordagem aos valores individuais, algo que este escritor fez com mestria nos dois romances que dele li. Gostei e recomento.