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domingo, 4 de maio de 2008

Festival: "ROTA DOS BONS VENTOS"

Na Horta ocorreu este fim-de-semana um Festival de Jazz, o "Rota dos Bons Ventos" e o primeiro que tive conhecimento de se ter realizado no Faial. Uma aposta ganha, não só pela enchente no Teatro Faialense, mas também pela qualidade de alguns dos grupos apresentados e ainda o interesse mostrado pelo público presente.

O último dia terminou com Hiromi, pianista, e o seu grupo de Jazz experimental, onde o virtuosismo dos músicos esteve ao serviço da música. Adorei a actuação e a selecção dos temas apresentada. Um momento alto deste festival, o meu predilecto e que provou porque o Jazz desperta tantas paixões. Podem também ouvir o grupo aqui e compreender a qualidade que este festival atingiu.

O segundo dia começou com Loyko, um trio cigano russo e, talvez, o grupo que arrancou mais aplausos do público. Um vituosismo excessivo, mas que entusiasma os que se deslumbram com o desfile de técnicas que mostram as capacidades de um instrumento como o violino, um espectáculo que fazia lembrar as bandas (trilhas) sonoras dos filmes de Kusturica.

O primeiro dia terminou com um mestre cujo nome já escrito na história do Jazz, Stanley Jordan, um guitarrista de Jazz americano, que mostrou todos os seus excelentes dotes em explorar as capacidades da guitarra em prol do Jazz, inesquecível! Podem-no ouvir aqui e saber mais sobre ele aqui.

Os primeiros convidados a actuar foram um duo de acordeões João Frade & Guy Giuliano, que se aventuram em demonstrar como este instrumento pode ser usado no mundo do Jazz, um projecto em desenvolvimento e que interessa acompanhar.


O Festival foi organizado pela Filarmónica "Artista Faialense" a comemorar o seu 150.º Aniversário e que actuou na abertura. Para os que ficaram surpreendidos por ver este tipo de música, fica aqui a minha opinião. Sempre fui a favor de que os músicos amadores só têm a ganhar em ouvir e em contactar com bons músicos profissionais de áreas diferentes e a coragem demonstrada em levar a cabo esta organização e actuação merece o meu aplauso. Parabéns!

O Festival "Rota dos Bons Ventos", além do sucesso, fazia falta nesta ilha e espero que continue nos próximos anos. Aos faialenses que não aproveitaram esta oportunidade, faço votos para que tenham mais possibilidades no futuro, pois as entidades que patrocinaram o evento tiveram um sinal claro que se está perante um projecto para continuar a apoiar e a incentivar.

7 comentários:

Pedrita disse...

gosto muito do stanley jordan. beijos, pedrita

José Quintela Soares disse...

Parabéns a quem organizou.
E a quem teve oportunidade de assistir.

Carlos Faria disse...

à pedrita e ao josé quintela soares
efectivamente valeu a pena assistir e insistir para que se continue com esta iniciativa.

Maria Silva disse...

Parabéns à Artista Faialense pelos seus 150 anos. Esta Filarmónica embalou-me com os seus ensaios, muitas vezes adormeci ouvindo a sua música, na sede antiga, mesmo junto à casa dos meus pais.
Foi um fim de semana cultural muito rico. Parabéns a todos os que o proporcionaram, a Horta precisa de regressar ao modelo cultural que possuia no passado.
Bjs

Carlos Faria disse...

nanda
Se tem conhecimento de todos os eventos culturais que têm decorrido na horta nos últimos tempos, verifica que estamos num período aureo, a título de exemplo, todos os dias da presente semana há um evento, cobrindo cinema, música, teatro ou debate; na semana passada houve dança, cinema e jazz e assim têm sido as últimas semanas. Espero que esta dinâmica não se venha a perder.

spring disse...

O jazz será sempre o mais democrático dos géneros musicais, nele a arte respira por todos os poros e o espaço oferecido a cada um dos elelmentos de cada grupo, oferece-nos momentos únicos, que nunca se voltam a repetir: a arte do improviso vive na alma dos seus intérpretes.
abraço cinéfilo
paula e rui lima

Carlos Faria disse...

ao rui luis lima
eu sou um apaixonado por música de vários géneros, a que ouço mais é a dita clássica ou erudita, mas cada vez mais estou a descobrir o jazz e confesso que a arte do desafio improvisado de vários músicos, explorando as capacidades dos instrumentos é capaz de operar milagres e hiromi foi um exemplo disso no festival.